Do UOL Notícias
Em São Paulo
Os trabalhadores da usina nuclear de Fukushima estão recebendo ótimos salários, como forma de mantê-los motivados. Os funcionários estão trabalhando em um local de alto risco para a saúde devido aos altos índices de radioatividade.
Os empregados da usina estariam recebendo cerca de R$ 1.967 (100 mil ienes) por dia, o que chega a ser 20 vezes maior do que o valor normalmente pago. Mesmo assim, vários trabalhadores continuam a recusar o emprego.
Os níveis de radiação são ainda extremamente elevados na usina, com a água em torno dos reatores emitindo cerca de mil milisieverts por hora, um índice extremamente perigoso.
Também há receios de que a usina continua vazando ainda mais radiação, já que foi detectado na água do mar ao redor da usina um nível de iodo radioativo 2.335 mais alto do que o normal - quase três vezes maior do que na semana passada.
Alta radiação a 40 km da usina
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) detectou um alto nível de radiação na cidade de Iitate, situada a 40 quilômetros da usina de Fukushima. Nesta quarta-feira (30), a AIEA recomendou a evacuação do município, de 7.000 habitantes.
"Uma primeira avaliação indica que foi ultrapassado um dos critérios da AIEA para a evacuação", afirmou em entrevista coletiva Denis Flory, subdiretor de Segurança Nuclear do órgão da ONU.
Segundo especialistas da AIEA, os níveis de contaminação são o dobro do permitido, por isso a retirada dos habitantes dessa cidade deve ser considerada.
Em todo caso, a agência reconheceu que existem várias incógnitas e possíveis variáveis a respeito das medições realizadas.
A AIEA, encarregada do uso pacífico da energia atômica, não tem capacidade de impor medidas em matéria de segurança nuclear, e só pode atuar como consultora de seus países-membros.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Radiação impede resgate de mil corpos na zona de evacuação de Fukushima
Trabalhadores em "missão suicida" em usina nuclear do Japão ganham R$ 2.000 por dia. "Trabalhamos no limite físico e mental. Isso é uma zona de guerra", diz funcionário da usina de Fukushima
Devido ao temor dos efeitos da radiação, cerca de 1 mil corpos não podem ser resgatados dentro da zona de evacuação de 20 quilômetros ao redor da usina nuclear de Fukushima, indicaram fontes da Polícia japonesa nesta quinta-feira.
As autoridades revelaram que alguns corpos "foram expostos a altos níveis de radiação", como no caso de uma vítima encontrada na localidade de Okuma, na província de Fukushima, a cerca de cinco quilômetros da usina nuclear. No dia 27, as autoridades desistiram de recuperar o corpo, segundo a agência local "Kyodo".
Os especialistas tentam encontrar a forma de resgatar os corpos dentro da zona de evacuação sem expor a altos níveis de radiação as equipes de emergência, legista e familiares no processo de identificação.
Foi ventilada a possibilidade de examinar a radioatividade dos corpos antes de transferi-los para fora da zona de 20 quilômetros, embora exista perigo para as equipes de busca, que não podem passar muito tempo na área e devem trabalhar vestidos com trajes antiradiação.
Além disso, os mortos dentro dessa zona de evacuação não podem ser submetidos à cremação, como é costume no Japão, já que se teme que o processo possa liberar gases radioativos.
Também não se considera totalmente seguro enterrar os cadáveres, já que poderiam contaminar o terreno, segundo as fontes da Polícia consultadas pela "Kyodo".
A tragédia dos habitantes dessa área, que foram forçados a abandonar seus lares pelos vazamentos de radiação da usina nuclear de Fukushima, aumenta com a dificuldade de conhecer o destino desses desaparecidos.
Apesar de Fukushima ser uma das províncias mais afetadas pelo terremoto do dia 11, junto com Iwate e Miyagi, foram confirmadas apenas 1.049 mortes até o momento, enquanto outras 4.798 pessoas seguem desaparecidas.
O número de vítimas fatais pelo terremoto de 20 dias atrás já é de 11.438 em todo o Japão, enquanto 16.541 pessoas seguem desaparecidas, segundo o último boletim da Polícia japonesa.
Devido ao temor dos efeitos da radiação, cerca de 1 mil corpos não podem ser resgatados dentro da zona de evacuação de 20 quilômetros ao redor da usina nuclear de Fukushima, indicaram fontes da Polícia japonesa nesta quinta-feira.
As autoridades revelaram que alguns corpos "foram expostos a altos níveis de radiação", como no caso de uma vítima encontrada na localidade de Okuma, na província de Fukushima, a cerca de cinco quilômetros da usina nuclear. No dia 27, as autoridades desistiram de recuperar o corpo, segundo a agência local "Kyodo".
Os especialistas tentam encontrar a forma de resgatar os corpos dentro da zona de evacuação sem expor a altos níveis de radiação as equipes de emergência, legista e familiares no processo de identificação.
Foi ventilada a possibilidade de examinar a radioatividade dos corpos antes de transferi-los para fora da zona de 20 quilômetros, embora exista perigo para as equipes de busca, que não podem passar muito tempo na área e devem trabalhar vestidos com trajes antiradiação.
Além disso, os mortos dentro dessa zona de evacuação não podem ser submetidos à cremação, como é costume no Japão, já que se teme que o processo possa liberar gases radioativos.
Também não se considera totalmente seguro enterrar os cadáveres, já que poderiam contaminar o terreno, segundo as fontes da Polícia consultadas pela "Kyodo".
A tragédia dos habitantes dessa área, que foram forçados a abandonar seus lares pelos vazamentos de radiação da usina nuclear de Fukushima, aumenta com a dificuldade de conhecer o destino desses desaparecidos.
Apesar de Fukushima ser uma das províncias mais afetadas pelo terremoto do dia 11, junto com Iwate e Miyagi, foram confirmadas apenas 1.049 mortes até o momento, enquanto outras 4.798 pessoas seguem desaparecidas.
O número de vítimas fatais pelo terremoto de 20 dias atrás já é de 11.438 em todo o Japão, enquanto 16.541 pessoas seguem desaparecidas, segundo o último boletim da Polícia japonesa.
Japão irá desativar complexo nuclear de Fukushima
Premiê japonês também indicou que irá rever os planos que preveem a construção de mais 14 usinas
31 de março de 2011
estadão.com.br
TÓQUIO - O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse nesta quinta-feira, 31, que o complexo nuclear de Fukushima Daichi deve ser desativado. O anúncio foi feito pelo secretário do Partido Comunista japonês, Kazuo Shii, após uma reunião com Kan, segundo a agência Kyodo.
A Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que administra a usina, já havia indicado na última quarta-feira, 30, que poderia fechar os quatro principais reatores (1, 2, 3 e 4) de Fukushima.
Segundo a Tepco, o fechamento dos reatores é inevitável devido os graves danos sofridos após o terremoto do dia 11 de março. Essa operação, no entanto, aconteceria apenas após a finalização dos trabalhos de resfriamento dos reatores, o que pode levar meses.
Naoto Kan disse também que pode rever os planos que preveem a construção de mais 14 usinas nucleares até 2030.
O temor de contaminação pela radiação ainda é muito grande no local. Os níveis de radiação registrados na água do mar de Fukushima continuam em elevação e atingiram, segundo as medições desta quinta-feira, o recorde de 4.385 vezes o limite legal.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou ontem que a radiação medida em Iitate, a 40 km da central de Fukushima, superam os níveis recomendados. O local está fora da zona de exclusão atualmente em vigor, que compreende um raio de 20 km.
31 de março de 2011
estadão.com.br
TÓQUIO - O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse nesta quinta-feira, 31, que o complexo nuclear de Fukushima Daichi deve ser desativado. O anúncio foi feito pelo secretário do Partido Comunista japonês, Kazuo Shii, após uma reunião com Kan, segundo a agência Kyodo.
A Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que administra a usina, já havia indicado na última quarta-feira, 30, que poderia fechar os quatro principais reatores (1, 2, 3 e 4) de Fukushima.
Segundo a Tepco, o fechamento dos reatores é inevitável devido os graves danos sofridos após o terremoto do dia 11 de março. Essa operação, no entanto, aconteceria apenas após a finalização dos trabalhos de resfriamento dos reatores, o que pode levar meses.
Naoto Kan disse também que pode rever os planos que preveem a construção de mais 14 usinas nucleares até 2030.
O temor de contaminação pela radiação ainda é muito grande no local. Os níveis de radiação registrados na água do mar de Fukushima continuam em elevação e atingiram, segundo as medições desta quinta-feira, o recorde de 4.385 vezes o limite legal.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou ontem que a radiação medida em Iitate, a 40 km da central de Fukushima, superam os níveis recomendados. O local está fora da zona de exclusão atualmente em vigor, que compreende um raio de 20 km.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Agência da ONU recomenda esvaziar cidade a 40 km da usina em risco
30/03/2011
Nível de contaminação em Iitate é o dobro do permitido, segundo a AIEA. Autoridades ainda tentam estabilizar os reatores em Fukushima Daiichi.
Da EFE
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, recomendou nesta quarta-feira (30) que a zona de retirada de moradores em torno da usina nuclear de Fukushima Daiichi se estenda à cidade de Iitate, de 7 mil habitantes, situada a 40 quilômetros do complexo e onde foram detectados altos níveis de radioatividade.
"Uma primeira avaliação indica que foi ultrapassado um dos critérios da AIEA para a retirada", afirmou em entrevista coletiva Denis Flory, subdiretor de Segurança Nuclear do órgão da ONU.
O especialista disse que a agência sugeriu ao Japão que analise de perto a situação em Iitate, que está localizada fora do perímetro de 20 quilômetros de distância da usina, que ainda oferece risco de acidente nuclear.
Segundo especialistas da AIEA, os níveis de contaminação são o dobro do permitido, por isso a retirada dos habitantes dessa cidade deve ser considerada.
Em todo caso, a agência reconheceu que existem várias incógnitas e possíveis variáveis a respeito das medições realizadas.
Nível de contaminação em Iitate é o dobro do permitido, segundo a AIEA. Autoridades ainda tentam estabilizar os reatores em Fukushima Daiichi.
Da EFE
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, recomendou nesta quarta-feira (30) que a zona de retirada de moradores em torno da usina nuclear de Fukushima Daiichi se estenda à cidade de Iitate, de 7 mil habitantes, situada a 40 quilômetros do complexo e onde foram detectados altos níveis de radioatividade.
"Uma primeira avaliação indica que foi ultrapassado um dos critérios da AIEA para a retirada", afirmou em entrevista coletiva Denis Flory, subdiretor de Segurança Nuclear do órgão da ONU.
O especialista disse que a agência sugeriu ao Japão que analise de perto a situação em Iitate, que está localizada fora do perímetro de 20 quilômetros de distância da usina, que ainda oferece risco de acidente nuclear.
Segundo especialistas da AIEA, os níveis de contaminação são o dobro do permitido, por isso a retirada dos habitantes dessa cidade deve ser considerada.
Em todo caso, a agência reconheceu que existem várias incógnitas e possíveis variáveis a respeito das medições realizadas.
Merkel perde popularidade após reversão de política nuclear
Chanceler alemã reverteu política sobre energia desde desastre no Japão. Merkel fez campanha com promessa de ampliar a usinas nucleares alemãs.
Da Reuters
A popularidade da chanceler alemã, Angela Merkel, registrou queda desde que ela reverteu sua política para a energia nuclear após o desastre na usina de Fukushima, no Japão, mostrou pesquisa publicada nesta quarta-feira (30).
A pesquisa do instituto Forsa, para a revista Stern, mostrou queda de quatro pontos na popularidade de Merkel, para 55%, um ponto atrás de Frank-Walter Steinmeier, líder do Partido Social-Democrata (SPD) no Parlamento, e vencido por Merkel na eleição de 2009.
Em levantamentos anteriores, Merkel aparecia na segunda posição, atrás de Karl-Theodor zu Guttenberg, o conservador ministro da Defesa que renunciou há um mês em meio a um escândalo de plágio.
Defensora histórica da energia nuclear e que fez campanha sob a promessa de ampliar a vida útil das usinas alemãs, Merkel mudou de curso abruptamente após o terremoto e tsunami que danificaram uma usina nuclear no Japão.
Neste mês, ela determinou o fechamento temporário de sete das mais antigas usinas da Alemanha e prometeu acelerar a mudança para a energia renovável.
A medida, tomada pouco antes de eleições estaduais, irritou membros de seu próprio partido e levou legendas da oposição a acusá-la comprometer suas visões históricas para ganhar votos.
A mudança parece ter impactado no resultado do partido de Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU) no Estado de Baden-Wuerttemberg, no sul do país. Lá, a CDU perdeu o poder para uma coalizão entre verdes e social-democratas após a eleição de domingo, após o partido governista governar a região por quase seis décadas.
A pesquisa divulgada nesta quarta-feira ouviu 1.002 alemães nos dias 24 e 25 de março.
Um outro levantamento mostrou apoio para os verde, um partido contrário à energia nuclear e cuja popularidade tem disparado após o desastre no Japão, chegando a 21% nas pesquisas nacionais, enquanto a CDU de Merkel tem 33% e o SPD aparece com 25%.
Da Reuters
A popularidade da chanceler alemã, Angela Merkel, registrou queda desde que ela reverteu sua política para a energia nuclear após o desastre na usina de Fukushima, no Japão, mostrou pesquisa publicada nesta quarta-feira (30).
A pesquisa do instituto Forsa, para a revista Stern, mostrou queda de quatro pontos na popularidade de Merkel, para 55%, um ponto atrás de Frank-Walter Steinmeier, líder do Partido Social-Democrata (SPD) no Parlamento, e vencido por Merkel na eleição de 2009.
Em levantamentos anteriores, Merkel aparecia na segunda posição, atrás de Karl-Theodor zu Guttenberg, o conservador ministro da Defesa que renunciou há um mês em meio a um escândalo de plágio.
Defensora histórica da energia nuclear e que fez campanha sob a promessa de ampliar a vida útil das usinas alemãs, Merkel mudou de curso abruptamente após o terremoto e tsunami que danificaram uma usina nuclear no Japão.
Neste mês, ela determinou o fechamento temporário de sete das mais antigas usinas da Alemanha e prometeu acelerar a mudança para a energia renovável.
A medida, tomada pouco antes de eleições estaduais, irritou membros de seu próprio partido e levou legendas da oposição a acusá-la comprometer suas visões históricas para ganhar votos.
A mudança parece ter impactado no resultado do partido de Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU) no Estado de Baden-Wuerttemberg, no sul do país. Lá, a CDU perdeu o poder para uma coalizão entre verdes e social-democratas após a eleição de domingo, após o partido governista governar a região por quase seis décadas.
A pesquisa divulgada nesta quarta-feira ouviu 1.002 alemães nos dias 24 e 25 de março.
Um outro levantamento mostrou apoio para os verde, um partido contrário à energia nuclear e cuja popularidade tem disparado após o desastre no Japão, chegando a 21% nas pesquisas nacionais, enquanto a CDU de Merkel tem 33% e o SPD aparece com 25%.
Empresa diz que desativará quatro reatores de Fukushima
Japão se esforça para controlar crise nuclear semanas após o terremoto. Presidente da companhia foi internado com hipertensão.
Do G1, com agências internacionais
A companhia japonesa Tokyo Electric Power Co (Tepco), disse nesta quarta-feira (30) que irá sucatear quatro reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi, enquanto o país se esforça para controlar a crise nuclear duas semanas após o forte terremoto e tsunami que devastaram o Japão, informou a agência Kyodo.
A empresa também disse que os esforços para conter a crise vão levar tempo. Tsunehisa Katsumata, executivo da Tepco, afirmou que "várias semanas" será pouco tempo para estabilizar os reatores.
Em um sinal de que a dimensão da catástrofe é enorme, Katsumata admitiu em uma entrevista coletiva que o custo de compensação do desastre irá prejudicar financeiramente a empresa, que se esforçará para evitar a nacionalização.
''Pedimos desculpas por provocar no público ansiedade, preocupação e problemas devido às explosões em prédios do reator e da liberação de materiais radioativos'', disse Katsumata no escritório da companhia em Tóquio.
''Nós não temos escolha a não ser sucatear os reatores 1 a 4, se olharmos para as suas condições objetivamente'', acrescentou Katsumata em um momento em que os trabalhadores continuam os esforços para impedir o superaquecimento e para restaurar os sistemas de refrigeração.
A empresa informou mais cedo que os reatores 5 e 6, as duas unidades restantes do complexo Daiichi, já estão em condição estável. Desde que perdeu sistemas de refrigeração para reatores após o terremoto e tsunami de 11 de março, a usina tem vazado material radioativo no ar e mar.
Mais cedo, a Tepco disse que seu presidente, Shimizu, de 66 anos, foi internado terça-feira por hipertensão e tonturas. Katsumata, que já assumiu o papel de Shimizu temporariamente na liderança dos esforços para solucionar a crise, disse que o presidente deve retornar em breve e continuar tomando a liderança na gestão da crise.
Shimizu apareceu poucas vezes em público desde uma conferência de imprensa em 13 de março, dois dias depois do desastre natural. Shimizu ficou debilitado a partir de 16 de março, segundo a empresa.
Do G1, com agências internacionais
A companhia japonesa Tokyo Electric Power Co (Tepco), disse nesta quarta-feira (30) que irá sucatear quatro reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi, enquanto o país se esforça para controlar a crise nuclear duas semanas após o forte terremoto e tsunami que devastaram o Japão, informou a agência Kyodo.
A empresa também disse que os esforços para conter a crise vão levar tempo. Tsunehisa Katsumata, executivo da Tepco, afirmou que "várias semanas" será pouco tempo para estabilizar os reatores.
Em um sinal de que a dimensão da catástrofe é enorme, Katsumata admitiu em uma entrevista coletiva que o custo de compensação do desastre irá prejudicar financeiramente a empresa, que se esforçará para evitar a nacionalização.
''Pedimos desculpas por provocar no público ansiedade, preocupação e problemas devido às explosões em prédios do reator e da liberação de materiais radioativos'', disse Katsumata no escritório da companhia em Tóquio.
''Nós não temos escolha a não ser sucatear os reatores 1 a 4, se olharmos para as suas condições objetivamente'', acrescentou Katsumata em um momento em que os trabalhadores continuam os esforços para impedir o superaquecimento e para restaurar os sistemas de refrigeração.
A empresa informou mais cedo que os reatores 5 e 6, as duas unidades restantes do complexo Daiichi, já estão em condição estável. Desde que perdeu sistemas de refrigeração para reatores após o terremoto e tsunami de 11 de março, a usina tem vazado material radioativo no ar e mar.
Mais cedo, a Tepco disse que seu presidente, Shimizu, de 66 anos, foi internado terça-feira por hipertensão e tonturas. Katsumata, que já assumiu o papel de Shimizu temporariamente na liderança dos esforços para solucionar a crise, disse que o presidente deve retornar em breve e continuar tomando a liderança na gestão da crise.
Shimizu apareceu poucas vezes em público desde uma conferência de imprensa em 13 de março, dois dias depois do desastre natural. Shimizu ficou debilitado a partir de 16 de março, segundo a empresa.
Plutônio em usina nuclear do Japão equivale a teste nuclear, diz agência
29/03/2011
Quantidade, no entanto, não é prejudicial à população. Autoridades estão tentando esfriar os reatores desde o terremoto do dia 11.
Da Reuters
A quantidade de plutônio detectada na usina nuclear danificada pelo terremoto no nordeste do Japão é semelhante àquela que resultaria de um teste nuclear, mas não é prejudicial à população, disse nesta terça-feira (29) a Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão.
As autoridades pareciam estar gradativamente colocando a usina Fukushima Daiichi sob controle, mas no mais recente golpe às esperanças, a operadora da usina, Tokyo Electric Power Co (Tepco), informou que plutônio foi encontrado em índices de baixo risco em duas das cinco amostras do solo no local.
As barras de combustível nos reatores número 1, 2 e 3 na usina estão danificadas e existe uma alta possibilidade de haver algum vazamento de suas estruturas de contenção, disse nesta terça-feira a Agência.
Autoridades estão tentando esfriar os reatores para impedir uma catástrofe nuclear na usina, depois que o complexo foi atingido por um terremoto e tsunami devastadores em 11 de março.
Alerta máximo
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, afirmou nesta terça que seu governo está em "estado de alerta máximo" para tratar dos problemas relativos ao acidente na central nuclear de Fukushima. Kan destacou que a situação permanece "imprevisível" na central nuclear, onde os sistemas de refrigeração de vários reatores seguem avariados e os vazamentos de material radioativo se multiplicam desde o tsunami que atingiu o complexo.
O governo "vai enfrentar este problema em estado de alerta máximo", disse o premiê durante reunião da comissão de orçamento no Senado.
Ao comentar a localização escolhida para instalação da central, Kan admitiu o erro: "Não podemos negar que a avaliação do risco de tsunami foi extremamente errada naquele tempo".
Na central, água com alto índice de radioatividade inundou o subsolo da sala de máquinas dos reatores 1, 2 e 3. Também invadiu os túneis técnicos que passam sob os reatores.
A Tepco admitiu que água contaminada pode ter chegado às margens do Oceano Pacífico. "Vamos retirar esta água o mais rápido possível", declarou o porta-voz do governo, Yukio Edano, em uma entrevista coletiva.
Quantidade, no entanto, não é prejudicial à população. Autoridades estão tentando esfriar os reatores desde o terremoto do dia 11.
Da Reuters
A quantidade de plutônio detectada na usina nuclear danificada pelo terremoto no nordeste do Japão é semelhante àquela que resultaria de um teste nuclear, mas não é prejudicial à população, disse nesta terça-feira (29) a Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão.
As autoridades pareciam estar gradativamente colocando a usina Fukushima Daiichi sob controle, mas no mais recente golpe às esperanças, a operadora da usina, Tokyo Electric Power Co (Tepco), informou que plutônio foi encontrado em índices de baixo risco em duas das cinco amostras do solo no local.
As barras de combustível nos reatores número 1, 2 e 3 na usina estão danificadas e existe uma alta possibilidade de haver algum vazamento de suas estruturas de contenção, disse nesta terça-feira a Agência.
Autoridades estão tentando esfriar os reatores para impedir uma catástrofe nuclear na usina, depois que o complexo foi atingido por um terremoto e tsunami devastadores em 11 de março.
Alerta máximo
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, afirmou nesta terça que seu governo está em "estado de alerta máximo" para tratar dos problemas relativos ao acidente na central nuclear de Fukushima. Kan destacou que a situação permanece "imprevisível" na central nuclear, onde os sistemas de refrigeração de vários reatores seguem avariados e os vazamentos de material radioativo se multiplicam desde o tsunami que atingiu o complexo.
O governo "vai enfrentar este problema em estado de alerta máximo", disse o premiê durante reunião da comissão de orçamento no Senado.
Ao comentar a localização escolhida para instalação da central, Kan admitiu o erro: "Não podemos negar que a avaliação do risco de tsunami foi extremamente errada naquele tempo".
Na central, água com alto índice de radioatividade inundou o subsolo da sala de máquinas dos reatores 1, 2 e 3. Também invadiu os túneis técnicos que passam sob os reatores.
A Tepco admitiu que água contaminada pode ter chegado às margens do Oceano Pacífico. "Vamos retirar esta água o mais rápido possível", declarou o porta-voz do governo, Yukio Edano, em uma entrevista coletiva.
Radiação no mar de Fukushima passa 3.355 vezes o limite de segurança
30/03/2011
Da EFE
É a concentração mais alta registrada, segundo agência Nuclear do Japão. Não é permitido pescar na região. O nível de iodo radioativo em águas do mar próximo à usina nuclear de Fukushima supera 3.355 vezes o limite de segurança, o que representa a concentração mais alta até o momento, informou nesta quarta-feira (30) a Agência de Segurança Nuclear do Japão.
As amostras recolhidas na terça-feira (29) 330 metros ao sul de uma saída de água próxima aos reatores 1 a 4 da central revelaram um considerável aumento do isótopo 131 do iodo na comparação com os índices registrados no fim de semana, quando chegaram a ser 1.850 vezes superiores ao normal.
Cinquenta metros ao norte da usina, perto dos reatores 5 e 6, o nível de iodo radioativo detectado na terça era 1.262 vezes superior aos padrões legais, também o índice mais alto até o momento.
O isótopo 131 do iodo se degrada à metade em oito dias, pelo que o risco de afetar a vida marinha na região é pequeno, segundo a Agência de Segurança Nuclear. Apesar disso, está proibido pescar nas águas próximas à central.
Os técnicos da Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina de Fukushima Daiichi, estão estudando várias maneiras de evitar que a radioatividade vaze para o mar, especialmente os isótopos mais longevos do iodo e o próprio plutônio.
A Agência de Segurança Nuclear disse nesta quarta que não há perigo para as pessoas, já que um raio de 20 km ao redor da central foi esvaziado e porque o iodo 131 se diluirá e degradará progressivamente no oceano.
Da EFE
É a concentração mais alta registrada, segundo agência Nuclear do Japão. Não é permitido pescar na região. O nível de iodo radioativo em águas do mar próximo à usina nuclear de Fukushima supera 3.355 vezes o limite de segurança, o que representa a concentração mais alta até o momento, informou nesta quarta-feira (30) a Agência de Segurança Nuclear do Japão.
As amostras recolhidas na terça-feira (29) 330 metros ao sul de uma saída de água próxima aos reatores 1 a 4 da central revelaram um considerável aumento do isótopo 131 do iodo na comparação com os índices registrados no fim de semana, quando chegaram a ser 1.850 vezes superiores ao normal.
Cinquenta metros ao norte da usina, perto dos reatores 5 e 6, o nível de iodo radioativo detectado na terça era 1.262 vezes superior aos padrões legais, também o índice mais alto até o momento.
O isótopo 131 do iodo se degrada à metade em oito dias, pelo que o risco de afetar a vida marinha na região é pequeno, segundo a Agência de Segurança Nuclear. Apesar disso, está proibido pescar nas águas próximas à central.
Os técnicos da Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina de Fukushima Daiichi, estão estudando várias maneiras de evitar que a radioatividade vaze para o mar, especialmente os isótopos mais longevos do iodo e o próprio plutônio.
A Agência de Segurança Nuclear disse nesta quarta que não há perigo para as pessoas, já que um raio de 20 km ao redor da central foi esvaziado e porque o iodo 131 se diluirá e degradará progressivamente no oceano.
terça-feira, 29 de março de 2011
Japão admite situação "muito grave"; França e EUA enviam ajuda
29/03/2011
AFP
Um dia após detectar a presença de plutônio no solo da usina nuclear de Fukushima Nº 1, mais uma vez o governo japonês admitiu que a situação é "muito grave" e "imprevisível". No Parlamento, o premiê Naoto Kan recebeu duras críticas pelo que a oposição vê como uma gestão "irresponsável" da crise. Horas depois os EUA e a França anunciaram envio de ajuda ao país.
Desde sábado a situação na usina de Fukushima se agravou e os trabalhadores da empresa operadora, Tokyo Electric Power Company (Tepco), continuam as tentativas de refrigerar seus seis reatores, sem sucesso.
No Parlamento japonês, o premiê Naoto Kan reage às críticas da oposição, que o acusou de ser "irresponsável" durante crise
Nesta terça-feira foram feitas tentativas de drenar a água radioativa que inunda a zona de turbinas perto dos reatores 1, 2 e 3. Este último é o que mais preocupa por conter um combustível que mistura urânio e plutônio, altamente tóxico.
No Parlamento, o premiê japonês foi duramente criticado por não ter aumentado a zona de exclusão, que determina um raio de apenas 20 km em torno da usina em que as pessoas deveriam ser retiradas. O governo também nunca determinou a saída dos habitantes, apenas pediu que deixassem a área de forma voluntária.
"Há algo mais irresponsável do que isso?", disse o opositor Yosuke Isozaki. Em resposta, Kan disse que estava considerando a medida, que exigiria a saída de 130 mil pessoas, além das 70 mil já deslocadas.
FRANÇA E EUA
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, será o primeiro líder mundial a visitar o Japão após o desastre nuclear, nesta quinta-feira.
Paris decidiu enviar dois especialistas da fabricante estatal de reatores nucleares Areva e um pesquisador da área para prestar assistência à operadora da usina de Fukushima, a Tepco.
Líder global no setor, a França produz 75% de sua energia em usinas nucleares e tem um grande interesse em ajudar o Japão a resolver a crise.
Nos primeiros dias após a crise no Japão, a França qualificou a situação na usina de Fukushima como uma 'catástrofe nuclear'.
Os EUA anunciaram que devem enviar robôs para ajudar a analisar o núcleo dos seis reatores de Fukushima.
VIGILÂNCIA
O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, pediu nesta terça-feira que se vigie a saída de plutônio ao exterior da usina e disse que é provável que o material detectado provenha de barras de combustível fusionadas parcialmente.
O porta-voz ressaltou, no entanto, que as quantidades de plutônio detectadas são as mesmas que podem ser encontradas no meio ambiente enquanto, em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) assinalou que a composição de isótopo sugere que procede de um reator, embora tenha destacado que se trate de pequenas quantidades.
Para as autoridades japonesas, a prioridade agora em Fukushima é continuar lançando água sobre os reatores, além de drenar as zonas inundadas.
Na segunda-feira, os operários da Tepco, além de detectar plutônio, confirmaram o risco de que água radioativa chegue ao exterior por um conduto que rodeia o reator 2.
No entanto, a Agência de Segurança Nuclear do Japão assegurou nesta terça-feira que não há confirmação de que essa água radioativa tenha chegado ao mar e afirmou que os níveis de água nos condutos que conectam os reatores 1, 2 e 3 se mantêm estáveis.
Esses encanamentos se encontram a entre 55 e 70 metros de distância do mar e foram escorados com sacos de areia e blocos de cimento pelos operários.
AFP
Um dia após detectar a presença de plutônio no solo da usina nuclear de Fukushima Nº 1, mais uma vez o governo japonês admitiu que a situação é "muito grave" e "imprevisível". No Parlamento, o premiê Naoto Kan recebeu duras críticas pelo que a oposição vê como uma gestão "irresponsável" da crise. Horas depois os EUA e a França anunciaram envio de ajuda ao país.
Desde sábado a situação na usina de Fukushima se agravou e os trabalhadores da empresa operadora, Tokyo Electric Power Company (Tepco), continuam as tentativas de refrigerar seus seis reatores, sem sucesso.
No Parlamento japonês, o premiê Naoto Kan reage às críticas da oposição, que o acusou de ser "irresponsável" durante crise
Nesta terça-feira foram feitas tentativas de drenar a água radioativa que inunda a zona de turbinas perto dos reatores 1, 2 e 3. Este último é o que mais preocupa por conter um combustível que mistura urânio e plutônio, altamente tóxico.
No Parlamento, o premiê japonês foi duramente criticado por não ter aumentado a zona de exclusão, que determina um raio de apenas 20 km em torno da usina em que as pessoas deveriam ser retiradas. O governo também nunca determinou a saída dos habitantes, apenas pediu que deixassem a área de forma voluntária.
"Há algo mais irresponsável do que isso?", disse o opositor Yosuke Isozaki. Em resposta, Kan disse que estava considerando a medida, que exigiria a saída de 130 mil pessoas, além das 70 mil já deslocadas.
FRANÇA E EUA
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, será o primeiro líder mundial a visitar o Japão após o desastre nuclear, nesta quinta-feira.
Paris decidiu enviar dois especialistas da fabricante estatal de reatores nucleares Areva e um pesquisador da área para prestar assistência à operadora da usina de Fukushima, a Tepco.
Líder global no setor, a França produz 75% de sua energia em usinas nucleares e tem um grande interesse em ajudar o Japão a resolver a crise.
Nos primeiros dias após a crise no Japão, a França qualificou a situação na usina de Fukushima como uma 'catástrofe nuclear'.
Os EUA anunciaram que devem enviar robôs para ajudar a analisar o núcleo dos seis reatores de Fukushima.
VIGILÂNCIA
O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, pediu nesta terça-feira que se vigie a saída de plutônio ao exterior da usina e disse que é provável que o material detectado provenha de barras de combustível fusionadas parcialmente.
O porta-voz ressaltou, no entanto, que as quantidades de plutônio detectadas são as mesmas que podem ser encontradas no meio ambiente enquanto, em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) assinalou que a composição de isótopo sugere que procede de um reator, embora tenha destacado que se trate de pequenas quantidades.
Para as autoridades japonesas, a prioridade agora em Fukushima é continuar lançando água sobre os reatores, além de drenar as zonas inundadas.
Na segunda-feira, os operários da Tepco, além de detectar plutônio, confirmaram o risco de que água radioativa chegue ao exterior por um conduto que rodeia o reator 2.
No entanto, a Agência de Segurança Nuclear do Japão assegurou nesta terça-feira que não há confirmação de que essa água radioativa tenha chegado ao mar e afirmou que os níveis de água nos condutos que conectam os reatores 1, 2 e 3 se mantêm estáveis.
Esses encanamentos se encontram a entre 55 e 70 metros de distância do mar e foram escorados com sacos de areia e blocos de cimento pelos operários.
Angra reforça plano de segurança
Eletronuclear, que opera as usinas 1 e 2, ampliará mapeamento das vias que chegam às centrais nucleares e fará plano de fuga pelo mar
29 de março de 2011
Bruno Boghossian - O Estado de S.Paulo
Para reforçar os padrões de segurança das usinas de Angra 1 e 2, no litoral sul fluminense, a Eletronuclear vai ampliar o mapeamento das vias de acesso às centrais nucleares e planeja criar um plano de fuga pelo mar, com a construção de dois píeres para facilitar a retirada de moradores e funcionários em caso de desastre.
O projeto de criação dos ancoradouros está em fase inicial, mas a empresa responsável pelas usinas pretende contratar nos próximos dias uma consultoria externa para reavaliar a situação das encostas que margeiam as estradas da região. Em até quatro meses, um relatório poderá indicar a necessidade de novas obras de contenção e determinar os pontos onde há riscos de deslizamentos - que poderiam bloquear as rotas de fuga em caso de emergência.
A Eletronuclear afirma que realiza um monitoramento constante nas encostas, principalmente às margens da rodovia Rio-Santos (BR-101).
A decisão de solicitar um estudo externo para complementar o mapeamento da área havia sido tomada há meses, mas foi reforçada pelo desastre nuclear em Fukushima, no Japão, em decorrência do terremoto e do maremoto que atingiram o país. Em caso de desastre em Angra, as estradas usadas como rotas de fuga devem estar livres, para facilitar o isolamento da região.
"O novo mapeamento será feito apenas para termos uma confirmação externa das informações que já foram colhidas", ressaltou Diógenes Salgado Alves, gerente de engenharia civil da Eletronuclear. "Em um momento como esse, não podemos deixar de ampliar a transparência e garantir a segurança total." Deslizamentos de terra são comuns na Rio-Santos em períodos chuvosos, uma vez que as encostas da região são instáveis e formadas por rochas de até 100 toneladas envoltas por terra.
Pelo mar. Para ampliar a capacidade de retirada dos quase 20 mil moradores e funcionários das regiões consideradas vulneráveis a um desastre, a Eletronuclear quer construir dois píeres que poderão ser usados para a evacuação da área caso as estradas estejam bloqueadas.
A empresa fará estudos para definir a dimensão e a localização exata dos ancoradouros. Um píer deve ser erguido na Praia Brava (a 3 km da central nuclear) e outro na Baía da Ribeira (a cerca de 10 km das usinas). Não há informações sobre a dimensão da obra, mas os locais de construção dos ancoradouros devem ser dragados para permitir a atracação de barcos de grande capacidade de passageiros.
Os acidentes na usina japonesa de Fukushima aceleraram a adoção de outras medidas suplementares de segurança no Brasil, segundo o assistente do diretor da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães. "O ritmo pode ser mais rápido, pois há uma cobrança da sociedade." Guimarães ressaltou que o desastre no Japão não deve gerar mudanças no programa energético brasileiro, que prevê a construção de novas centrais nucleares.
A empresa estuda instalar uma pequena central hidrelétrica nas bacias dos Rios Bracuhy e Mambucaba, na região de Angra, para fornecer energia para os equipamentos de segurança da usina nuclear em caso de desastre.
COLABORARAM GLAUBER GONÇALVES e KELLY LIMA
29 de março de 2011
Bruno Boghossian - O Estado de S.Paulo
Para reforçar os padrões de segurança das usinas de Angra 1 e 2, no litoral sul fluminense, a Eletronuclear vai ampliar o mapeamento das vias de acesso às centrais nucleares e planeja criar um plano de fuga pelo mar, com a construção de dois píeres para facilitar a retirada de moradores e funcionários em caso de desastre.
O projeto de criação dos ancoradouros está em fase inicial, mas a empresa responsável pelas usinas pretende contratar nos próximos dias uma consultoria externa para reavaliar a situação das encostas que margeiam as estradas da região. Em até quatro meses, um relatório poderá indicar a necessidade de novas obras de contenção e determinar os pontos onde há riscos de deslizamentos - que poderiam bloquear as rotas de fuga em caso de emergência.
A Eletronuclear afirma que realiza um monitoramento constante nas encostas, principalmente às margens da rodovia Rio-Santos (BR-101).
A decisão de solicitar um estudo externo para complementar o mapeamento da área havia sido tomada há meses, mas foi reforçada pelo desastre nuclear em Fukushima, no Japão, em decorrência do terremoto e do maremoto que atingiram o país. Em caso de desastre em Angra, as estradas usadas como rotas de fuga devem estar livres, para facilitar o isolamento da região.
"O novo mapeamento será feito apenas para termos uma confirmação externa das informações que já foram colhidas", ressaltou Diógenes Salgado Alves, gerente de engenharia civil da Eletronuclear. "Em um momento como esse, não podemos deixar de ampliar a transparência e garantir a segurança total." Deslizamentos de terra são comuns na Rio-Santos em períodos chuvosos, uma vez que as encostas da região são instáveis e formadas por rochas de até 100 toneladas envoltas por terra.
Pelo mar. Para ampliar a capacidade de retirada dos quase 20 mil moradores e funcionários das regiões consideradas vulneráveis a um desastre, a Eletronuclear quer construir dois píeres que poderão ser usados para a evacuação da área caso as estradas estejam bloqueadas.
A empresa fará estudos para definir a dimensão e a localização exata dos ancoradouros. Um píer deve ser erguido na Praia Brava (a 3 km da central nuclear) e outro na Baía da Ribeira (a cerca de 10 km das usinas). Não há informações sobre a dimensão da obra, mas os locais de construção dos ancoradouros devem ser dragados para permitir a atracação de barcos de grande capacidade de passageiros.
Os acidentes na usina japonesa de Fukushima aceleraram a adoção de outras medidas suplementares de segurança no Brasil, segundo o assistente do diretor da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães. "O ritmo pode ser mais rápido, pois há uma cobrança da sociedade." Guimarães ressaltou que o desastre no Japão não deve gerar mudanças no programa energético brasileiro, que prevê a construção de novas centrais nucleares.
A empresa estuda instalar uma pequena central hidrelétrica nas bacias dos Rios Bracuhy e Mambucaba, na região de Angra, para fornecer energia para os equipamentos de segurança da usina nuclear em caso de desastre.
COLABORARAM GLAUBER GONÇALVES e KELLY LIMA
Plutônio em usina no Japão sugere dano sério em reator
Agência nuclear japonesa continua trabalhando para consertar sistemas de refrigeração de reatores
29 de março de 2011
Agência Estado e Reuters
TÓQUIO - A descoberta de plutônio em uma instalação da usina nuclear Daiichi, em Fukushima, mostra o quão sérios são os danos a seus reatores, afirmou nesta terça-feira, 29, Hidehiko Nishiyama, porta-voz da Agência de Segurança Nuclear e Industrial. A companhia operadora da usina continua trabalhando para consertar os sistemas de resfriamento, para que os reatores sejam estabilizados.
"O plutônio não será liberado a menos que o combustível atinja temperaturas muito altas", disse Nishiyama. O fato de o plutônio ter avançado sobre várias camadas de barreiras de segurança "demonstra a seriedade do acidente", disse o funcionário. O plutônio é produzido na reação nuclear do combustível urânio, mas normalmente fica contido no núcleo do reator.
Nishiyama afirmou, porém, que o plutônio tinha "pouco efeito adicional no ambiente" e que não representava um risco à saúde pública. O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse que o país está em "alerta máximo" em relação aos riscos. Segundo Kan, a situação na usina ainda era "imprevisível", mas o governo iria lidar com o problema e estava "em alerta máximo".
A quantidade de plutônio detectada em Fukushima é semelhante àquela que resultaria de um teste nuclear, mas no é prejudicial à população, disse a Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão.
Há várias possíveis fontes para esse plutônio, disse o professor Tetsuo Sawada, do Instituto de Tecnologia de Tóquio, especialista em engenharia de reatores. Uma é o tanque de armazenamento de resíduos, onde as barras de combustível já utilizadas são estocadas. Quando o sistema de refrigeração falhou, essas barras se aqueceram e liberaram materiais radioativos.
Outra é o núcleo dos reatores 1, 2 ou 3, onde as barras de combustível foram parcialmente expostas pelos níveis baixos da água para o resfriamento. Quando foi liberado o vapor do reator para evitar danos maiores à estrutura, materiais radioativos das barras de combustível podem ter sido liberados na atmosfera. Para o plutônio ser liberado da barra de combustível, a temperatura precisa subir para além de 2 mil graus Celsius. O mais provável é que o plutônio tenha vazado do reator 2, segundo o professor.
Em um pequeno sinal de progresso, a agência de segurança nuclear disse que a eletricidade foi restaurada hoje na sala de controle do reator 4. Esta era a última sala de controle que ainda estava sem energia. Também foi reiniciado o trabalho nos reatores 1 e 3 para se reparar os sistemas de resfriamento, um passo importante para que as temperaturas voltem para níveis seguros.
A Tokyo Electric Power (Tepco), proprietária da usina, posicionou sacos e barreiras de concreto no entorno de uma área alagada próxima do reator 2, a fim de evitar que a água altamente radioativa siga para o Oceano Pacífico. Enquanto isso, os níveis de radioatividade em águas próximas caíram bastante.
Mais de duas semanas após a crise, iniciada no dia 11 de março pelo terremoto de magnitude 9,0 seguido de tsunami, as temperaturas permanecem altas no reator 1, indicando que o combustível nuclear nele ainda está em condição volátil. A temperatura alta nos reatores continua a transformar a água para resfriamento em vapor. O tsunami prejudicou o sistema de resfriamento da usina, impedindo o resfriamento adequado do combustível nuclear, que seguiu quente mesmo após a paralisação automática da usina.
Hoje, o ministro da Política Nacional, Koichiro Gemba, disse que a nacionalização da Tepco era "uma opção", mas negou que houvesse um plano imediato para isso. O principal porta-voz do governo, Yukio Edano, disse que no momento a administração não considerava nacionalizar a empresa.
29 de março de 2011
Agência Estado e Reuters
TÓQUIO - A descoberta de plutônio em uma instalação da usina nuclear Daiichi, em Fukushima, mostra o quão sérios são os danos a seus reatores, afirmou nesta terça-feira, 29, Hidehiko Nishiyama, porta-voz da Agência de Segurança Nuclear e Industrial. A companhia operadora da usina continua trabalhando para consertar os sistemas de resfriamento, para que os reatores sejam estabilizados.
"O plutônio não será liberado a menos que o combustível atinja temperaturas muito altas", disse Nishiyama. O fato de o plutônio ter avançado sobre várias camadas de barreiras de segurança "demonstra a seriedade do acidente", disse o funcionário. O plutônio é produzido na reação nuclear do combustível urânio, mas normalmente fica contido no núcleo do reator.
Nishiyama afirmou, porém, que o plutônio tinha "pouco efeito adicional no ambiente" e que não representava um risco à saúde pública. O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse que o país está em "alerta máximo" em relação aos riscos. Segundo Kan, a situação na usina ainda era "imprevisível", mas o governo iria lidar com o problema e estava "em alerta máximo".
A quantidade de plutônio detectada em Fukushima é semelhante àquela que resultaria de um teste nuclear, mas no é prejudicial à população, disse a Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão.
Há várias possíveis fontes para esse plutônio, disse o professor Tetsuo Sawada, do Instituto de Tecnologia de Tóquio, especialista em engenharia de reatores. Uma é o tanque de armazenamento de resíduos, onde as barras de combustível já utilizadas são estocadas. Quando o sistema de refrigeração falhou, essas barras se aqueceram e liberaram materiais radioativos.
Outra é o núcleo dos reatores 1, 2 ou 3, onde as barras de combustível foram parcialmente expostas pelos níveis baixos da água para o resfriamento. Quando foi liberado o vapor do reator para evitar danos maiores à estrutura, materiais radioativos das barras de combustível podem ter sido liberados na atmosfera. Para o plutônio ser liberado da barra de combustível, a temperatura precisa subir para além de 2 mil graus Celsius. O mais provável é que o plutônio tenha vazado do reator 2, segundo o professor.
Em um pequeno sinal de progresso, a agência de segurança nuclear disse que a eletricidade foi restaurada hoje na sala de controle do reator 4. Esta era a última sala de controle que ainda estava sem energia. Também foi reiniciado o trabalho nos reatores 1 e 3 para se reparar os sistemas de resfriamento, um passo importante para que as temperaturas voltem para níveis seguros.
A Tokyo Electric Power (Tepco), proprietária da usina, posicionou sacos e barreiras de concreto no entorno de uma área alagada próxima do reator 2, a fim de evitar que a água altamente radioativa siga para o Oceano Pacífico. Enquanto isso, os níveis de radioatividade em águas próximas caíram bastante.
Mais de duas semanas após a crise, iniciada no dia 11 de março pelo terremoto de magnitude 9,0 seguido de tsunami, as temperaturas permanecem altas no reator 1, indicando que o combustível nuclear nele ainda está em condição volátil. A temperatura alta nos reatores continua a transformar a água para resfriamento em vapor. O tsunami prejudicou o sistema de resfriamento da usina, impedindo o resfriamento adequado do combustível nuclear, que seguiu quente mesmo após a paralisação automática da usina.
Hoje, o ministro da Política Nacional, Koichiro Gemba, disse que a nacionalização da Tepco era "uma opção", mas negou que houvesse um plano imediato para isso. O principal porta-voz do governo, Yukio Edano, disse que no momento a administração não considerava nacionalizar a empresa.
segunda-feira, 28 de março de 2011
O acidente nuclear no Japão, a escassez energética e a mudança climática global
Por Ronaldo Bicalho
O desastre ocorrido na central de Fukushima Daiichi no Japão colocou em xeque o processo de recuperação da imagem da energia nuclear como uma fonte segura e confiável. Esse fato gerou sérias dúvidas sobre a consistência da política energética de vários países que contavam com essa fonte para fazer face ao atual contexto energético de latente desequilíbrio entre a oferta e a demanda de energia e de crescente restrição ambiental ao uso dos combustíveis fósseis.
O impacto inicial desse acidente sobre a opinião pública foi muito desfavorável à expansão dessa fonte de energia na matriz energética e suscitou respostas políticas que apontaram na direção da reavaliação dos planos de construção de novas usinas. Esse movimento englobou desde a suspensão temporária do final da moratória nuclear alemã, até a sinalização da China e da Índia no sentido de reconsiderar seus planos de expansão da geração nuclear, passando pela intenção americana de também rever a segurança das suas centrais.
Desse modo, da sensível Alemanha, às aparentes indiferentes China e Índia, passando pelos ambíguos Estados Unidos, os diversos Governos se viram na obrigação de dar uma resposta às inquietações surgidas a partir do desastre japonês.
Contudo, para se estimar melhor as consequências concretas de Fukushima Daiichi nas estratégias e ações de longo prazo desses países é necessário contextualizar melhor o cenário energético mundial no qual ocorre o acidente japonês, de tal forma a retirar a parcela de retórica das reações iniciais dos Governos para ver o que sobra em termos de intenções e possibilidades reais de alterar suas respectivas políticas.
Nesse sentido, o primeiro ponto a ser ressaltado é que Fukushima não é Chernobyl. A diferença crucial entre os dois eventos não reside apenas nas questões objetivas tecnológicas e industriais relativas às duas usinas, mas nas diferenças essenciais nos contextos energéticos de 2011 e 1986, que tornam completamente distintos os custos e a viabilidade da decretação de uma moratória nuclear nos dois momentos.
Durante a década de oitenta configurou-se um cenário (contrachoque do petróleo; excedente de capacidade instalada de geração; redução da atividade econômica) confortável no que diz respeito ao equilíbrio entre oferta e demanda de energia, que tinha como principal resultado uma trajetória de preços decrescentes. Somando-se a isso, o fato de que a ameaça representada pela mudança climática ainda não havia entrado fortemente no debate e, portanto, as restrições ambientais à emissão de gases de efeito estufa ainda engatinhavam, tinha-se um quadro energético no qual a garantia do suprimento não enfrentava grandes problemas e, em função disso, perdia a sua função estruturante na política energética e era substituída pela agenda de liberalização e privatização. Agenda esta que marcaria fortemente as décadas seguintes.
Enfim, o contexto era de relativa abundância energética e reduzidas restrições ambientais à queima dos combustíveis fósseis.
Nessa situação, o custo estratégico da moratória nuclear era perfeitamente administrável. Assim, saia a energia nuclear e entravam o carvão e o gás natural; principalmente esse último, que haveria de ser a grande vedete do setor elétrico nos anos noventa.
Olhando-se o atual contexto energético é muito difícil encontrar esses elementos estruturando a realidade energética nos dias de hoje.
A situação no mercado de petróleo não é de redução, mas de elevação de preços; a capacidade instalada de geração necessita ser ampliada, a demanda, puxada pelos emergentes, apresenta sinais de crescimento estrutural. Nesse sentido, o quadro no mercado de energia não é de folga, mas de equilíbrio justo, com tendência a preços crescentes. Aliado a isso, têm-se restrições ambientais cada vez maiores às emissões dos gases de efeito estufa, fruto do reconhecimento político da necessidade de dar respostas concretas às ameaças representadas pela mudança climática.
Em suma, tem-se um contexto de escassez de energia e de restrições crescentes ao uso de combustíveis fósseis.
Hoje, uma moratória nuclear teria custos estratégicos muito maiores e muito mais difíceis de serem administrados do que aqueles da década de oitenta do século passado, face às pressões da escassez e às resistências ambientais à troca pelo o carvão ou pelo gás; principalmente o primeiro.
Assim, imaginar que as conseqüências de Fokushima poderão ser semelhantes às de Chernobyl é tentador, porém é um equívoco. Os contextos são distintos e as evoluções dos acontecimentos provavelmente serão diferentes.
Mergulhando no atual contexto deve-se reconhecer que o revival do nuclear não é fruto simplesmente do poderoso lóbi dessa indústria. A enorme disponibilidade energética e a não emissão de gases de efeito estufa, somadas ao avanço na segurança e na redução dos custos dos reatores, contribuíram para incorporar essa tecnologia de geração no rol das ações de política energética para enfrentar a escassez de energia e a mudança climática.
Nesse quadro se insere o movimento do presidente Obama, no início deste ano, abandonando a sua politica energética inicial baseada na penalização das emissões, via cap and trade, e a substituindo por uma política de metas de participação de energias limpas na matriz de geração elétrica; considerando o nuclear, o gás natural e o carvão, via clean coal technology, como sendo energias limpas. Mediante esse movimento Obama buscou construir um novo consenso mais favorável ao avanço das energias limpas na matriz energética nos Estados Unidos. Mesmo que às custas de um conceito bastante amplo do que seja energia limpa. Conceito pouco preciso, reconhece-se, porém amplo o suficiente para se tentar construir alguns pontos de convergência entre Democratas e Republicanos.
Nessa direção também se encontram a suspensão da moratória alemã, no ano passado, o plebiscito italiano sobre a suspensão da moratória nuclear previsto para o próximo verão e os agressivos planos de expansão nuclear da China e da Índia.
Em conjunto, esses movimentos fazem parte de uma estratégia de longo prazo de diversos Estados Nacionais de tentar fechar uma difícil conta que contempla, por um lado, uma demanda crescente de energia e, por outro, um conjunto crescente de restrições geopolíticas e ambientais à expansão da oferta.
Sem o nuclear não há como fechar essa conta em termos de disponibilidade (escala), confiabilidade (qualidade) e custos. Pelo menos, não nos termos tradicionais da política energética.
Cabe lembrar que a política energética lida com um insumo estratégico cuja ausência tem um forte impacto no crescimento econômico e no bem-estar das sociedades. Nesse sentido, a garantia do suprimento desse insumo estrutura essa política e dá a ela um forte caráter conservador. A politica energética, em geral, não é o espaço dos experimentos. Estes, quando acontecem, geralmente ocorrem na margem.
Nessa atividade, a energia nuclear, o gás natural e o carvão surgem como tecnologias “tradicionais”, que apresentam concentrações energéticas e estocabilidades compatíveis com as tecnologias vigentes de uso da energia, e cujos riscos econômico, industrial e tecnológico são manejáveis tanto pela burocracia energética quanto pelas empresas do setor.
Nesse contexto conservador da política energética, o nuclear surge como uma opção importante no atendimento de parcela da demanda futura de energia, que permite que a conta final seja fechada e o planejamento exerça sua função de acalmar as inquietações em relação ao atendimento de nossas necessidades energéticas futuras, reduzindo as incertezas e viabilizando a tomada das decisões econômicas fundamentais relativas a este futuro.
Descartar o nuclear hoje implicaria, nos padrões tradicionais, recorrer pesadamente ao gás natural e ao carvão.
É claro que essa solução não atende a demanda pela redução de emissão de CO2. E, mais do que isso, demonstra uma fragilidade das políticas energéticas de todos os grandes países, que não conseguem enfrentar, ao mesmo tempo, a escassez de energia e a ameaça da mudança climática.
Nesse sentido, a retirada do nuclear do jogo abre um buraco na oferta de energia futura que tem conseqüências diretas tanto sobre a sustentabilidade das atuais políticas energéticas quanto sobre a estabilidade dos mercados de energia hoje.
Por isso, mesmo depois de Fukushima, Obama segue afirmando que o nuclear compõe o futuro energético americano; a China mantêm a incorporação de novos reatores cuja construção estava em andamento, o que em termos chineses significa dezenas de reatores; a Itália suspende o plebiscito no qual a proposta de cancelamento da moratória nuclear seria fatalmente derrotada, e empurra a decisão para daqui a um ano; um destacado membro do Governo alemão informa a um grupo de empresários que a suspensão da moratória visa apenas atender a objetivos eleitorais imediatos.
Em função disso tudo, um observador atento do cenário energético mundial tenderia a manter um pé atrás em relação às interpretações que apontam na direção de mudanças radicais na política energética mundial a partir de Fukushima.
Esse cuidado é necessário pelo simples fato de que uma moratória nuclear hoje não colocaria em xeque apenas uma tecnologia e uma política, mas colocaria em xeque um padrão de consumo de energia que representa uma forma de consumir os recursos naturais e se relacionar com o meio ambiente fundada na primeira Revolução Industrial.
Portanto, são mudanças que vão bem além da energia nuclear e da política energética que a contempla e envolvem as visões que as sociedades e os Estados Nacionais têm sobre desenvolvimento econômico e bem-estar social. Daí, as dificuldades de se operar uma solução energética que envolva a simples moratória da energia nuclear nas próximas décadas. Principalmente, naqueles casos em que o gás e o carvão não são considerados fontes limpas e, portanto, não estão plenamente aptos a fazer parte de uma solução de caráter duradouro.
O desastre ocorrido na central de Fukushima Daiichi no Japão colocou em xeque o processo de recuperação da imagem da energia nuclear como uma fonte segura e confiável. Esse fato gerou sérias dúvidas sobre a consistência da política energética de vários países que contavam com essa fonte para fazer face ao atual contexto energético de latente desequilíbrio entre a oferta e a demanda de energia e de crescente restrição ambiental ao uso dos combustíveis fósseis.
O impacto inicial desse acidente sobre a opinião pública foi muito desfavorável à expansão dessa fonte de energia na matriz energética e suscitou respostas políticas que apontaram na direção da reavaliação dos planos de construção de novas usinas. Esse movimento englobou desde a suspensão temporária do final da moratória nuclear alemã, até a sinalização da China e da Índia no sentido de reconsiderar seus planos de expansão da geração nuclear, passando pela intenção americana de também rever a segurança das suas centrais.
Desse modo, da sensível Alemanha, às aparentes indiferentes China e Índia, passando pelos ambíguos Estados Unidos, os diversos Governos se viram na obrigação de dar uma resposta às inquietações surgidas a partir do desastre japonês.
Contudo, para se estimar melhor as consequências concretas de Fukushima Daiichi nas estratégias e ações de longo prazo desses países é necessário contextualizar melhor o cenário energético mundial no qual ocorre o acidente japonês, de tal forma a retirar a parcela de retórica das reações iniciais dos Governos para ver o que sobra em termos de intenções e possibilidades reais de alterar suas respectivas políticas.
Nesse sentido, o primeiro ponto a ser ressaltado é que Fukushima não é Chernobyl. A diferença crucial entre os dois eventos não reside apenas nas questões objetivas tecnológicas e industriais relativas às duas usinas, mas nas diferenças essenciais nos contextos energéticos de 2011 e 1986, que tornam completamente distintos os custos e a viabilidade da decretação de uma moratória nuclear nos dois momentos.
Durante a década de oitenta configurou-se um cenário (contrachoque do petróleo; excedente de capacidade instalada de geração; redução da atividade econômica) confortável no que diz respeito ao equilíbrio entre oferta e demanda de energia, que tinha como principal resultado uma trajetória de preços decrescentes. Somando-se a isso, o fato de que a ameaça representada pela mudança climática ainda não havia entrado fortemente no debate e, portanto, as restrições ambientais à emissão de gases de efeito estufa ainda engatinhavam, tinha-se um quadro energético no qual a garantia do suprimento não enfrentava grandes problemas e, em função disso, perdia a sua função estruturante na política energética e era substituída pela agenda de liberalização e privatização. Agenda esta que marcaria fortemente as décadas seguintes.
Enfim, o contexto era de relativa abundância energética e reduzidas restrições ambientais à queima dos combustíveis fósseis.
Nessa situação, o custo estratégico da moratória nuclear era perfeitamente administrável. Assim, saia a energia nuclear e entravam o carvão e o gás natural; principalmente esse último, que haveria de ser a grande vedete do setor elétrico nos anos noventa.
Olhando-se o atual contexto energético é muito difícil encontrar esses elementos estruturando a realidade energética nos dias de hoje.
A situação no mercado de petróleo não é de redução, mas de elevação de preços; a capacidade instalada de geração necessita ser ampliada, a demanda, puxada pelos emergentes, apresenta sinais de crescimento estrutural. Nesse sentido, o quadro no mercado de energia não é de folga, mas de equilíbrio justo, com tendência a preços crescentes. Aliado a isso, têm-se restrições ambientais cada vez maiores às emissões dos gases de efeito estufa, fruto do reconhecimento político da necessidade de dar respostas concretas às ameaças representadas pela mudança climática.
Em suma, tem-se um contexto de escassez de energia e de restrições crescentes ao uso de combustíveis fósseis.
Hoje, uma moratória nuclear teria custos estratégicos muito maiores e muito mais difíceis de serem administrados do que aqueles da década de oitenta do século passado, face às pressões da escassez e às resistências ambientais à troca pelo o carvão ou pelo gás; principalmente o primeiro.
Assim, imaginar que as conseqüências de Fokushima poderão ser semelhantes às de Chernobyl é tentador, porém é um equívoco. Os contextos são distintos e as evoluções dos acontecimentos provavelmente serão diferentes.
Mergulhando no atual contexto deve-se reconhecer que o revival do nuclear não é fruto simplesmente do poderoso lóbi dessa indústria. A enorme disponibilidade energética e a não emissão de gases de efeito estufa, somadas ao avanço na segurança e na redução dos custos dos reatores, contribuíram para incorporar essa tecnologia de geração no rol das ações de política energética para enfrentar a escassez de energia e a mudança climática.
Nesse quadro se insere o movimento do presidente Obama, no início deste ano, abandonando a sua politica energética inicial baseada na penalização das emissões, via cap and trade, e a substituindo por uma política de metas de participação de energias limpas na matriz de geração elétrica; considerando o nuclear, o gás natural e o carvão, via clean coal technology, como sendo energias limpas. Mediante esse movimento Obama buscou construir um novo consenso mais favorável ao avanço das energias limpas na matriz energética nos Estados Unidos. Mesmo que às custas de um conceito bastante amplo do que seja energia limpa. Conceito pouco preciso, reconhece-se, porém amplo o suficiente para se tentar construir alguns pontos de convergência entre Democratas e Republicanos.
Nessa direção também se encontram a suspensão da moratória alemã, no ano passado, o plebiscito italiano sobre a suspensão da moratória nuclear previsto para o próximo verão e os agressivos planos de expansão nuclear da China e da Índia.
Em conjunto, esses movimentos fazem parte de uma estratégia de longo prazo de diversos Estados Nacionais de tentar fechar uma difícil conta que contempla, por um lado, uma demanda crescente de energia e, por outro, um conjunto crescente de restrições geopolíticas e ambientais à expansão da oferta.
Sem o nuclear não há como fechar essa conta em termos de disponibilidade (escala), confiabilidade (qualidade) e custos. Pelo menos, não nos termos tradicionais da política energética.
Cabe lembrar que a política energética lida com um insumo estratégico cuja ausência tem um forte impacto no crescimento econômico e no bem-estar das sociedades. Nesse sentido, a garantia do suprimento desse insumo estrutura essa política e dá a ela um forte caráter conservador. A politica energética, em geral, não é o espaço dos experimentos. Estes, quando acontecem, geralmente ocorrem na margem.
Nessa atividade, a energia nuclear, o gás natural e o carvão surgem como tecnologias “tradicionais”, que apresentam concentrações energéticas e estocabilidades compatíveis com as tecnologias vigentes de uso da energia, e cujos riscos econômico, industrial e tecnológico são manejáveis tanto pela burocracia energética quanto pelas empresas do setor.
Nesse contexto conservador da política energética, o nuclear surge como uma opção importante no atendimento de parcela da demanda futura de energia, que permite que a conta final seja fechada e o planejamento exerça sua função de acalmar as inquietações em relação ao atendimento de nossas necessidades energéticas futuras, reduzindo as incertezas e viabilizando a tomada das decisões econômicas fundamentais relativas a este futuro.
Descartar o nuclear hoje implicaria, nos padrões tradicionais, recorrer pesadamente ao gás natural e ao carvão.
É claro que essa solução não atende a demanda pela redução de emissão de CO2. E, mais do que isso, demonstra uma fragilidade das políticas energéticas de todos os grandes países, que não conseguem enfrentar, ao mesmo tempo, a escassez de energia e a ameaça da mudança climática.
Nesse sentido, a retirada do nuclear do jogo abre um buraco na oferta de energia futura que tem conseqüências diretas tanto sobre a sustentabilidade das atuais políticas energéticas quanto sobre a estabilidade dos mercados de energia hoje.
Por isso, mesmo depois de Fukushima, Obama segue afirmando que o nuclear compõe o futuro energético americano; a China mantêm a incorporação de novos reatores cuja construção estava em andamento, o que em termos chineses significa dezenas de reatores; a Itália suspende o plebiscito no qual a proposta de cancelamento da moratória nuclear seria fatalmente derrotada, e empurra a decisão para daqui a um ano; um destacado membro do Governo alemão informa a um grupo de empresários que a suspensão da moratória visa apenas atender a objetivos eleitorais imediatos.
Em função disso tudo, um observador atento do cenário energético mundial tenderia a manter um pé atrás em relação às interpretações que apontam na direção de mudanças radicais na política energética mundial a partir de Fukushima.
Esse cuidado é necessário pelo simples fato de que uma moratória nuclear hoje não colocaria em xeque apenas uma tecnologia e uma política, mas colocaria em xeque um padrão de consumo de energia que representa uma forma de consumir os recursos naturais e se relacionar com o meio ambiente fundada na primeira Revolução Industrial.
Portanto, são mudanças que vão bem além da energia nuclear e da política energética que a contempla e envolvem as visões que as sociedades e os Estados Nacionais têm sobre desenvolvimento econômico e bem-estar social. Daí, as dificuldades de se operar uma solução energética que envolva a simples moratória da energia nuclear nas próximas décadas. Principalmente, naqueles casos em que o gás e o carvão não são considerados fontes limpas e, portanto, não estão plenamente aptos a fazer parte de uma solução de caráter duradouro.
domingo, 27 de março de 2011
Manifestantes protestam no Rio contra energia nuclear no Brasil
27/03/2011
Cerca de 50 pessoas participaram do ato neste domingo, dia 27 de março e pedem plebiscito sobre construção de usinas nucleares.
Bernardo Tabak
Do G1 RJ
A corrente humana pediu o fim do uso da energia nuclear no Brasil. Cerca de 50 pessoas deram as mãos e formaram uma corrente humana para pedir o fim do uso de energia nuclear no Brasil, na manhã deste domingo (27), na orla do Leblon, Zona Sul do Rio. A manifestação foi organizada por três estudantes do ensino médio, que criaram um blog e divulgaram o protesto em redes sociais da internet.
Em um dia de muito sol, os manifestantes, sempre de mãos dadas, caminharam do Leblon em direção ao Arpoador, em Ipanema, enquanto uma das organizadoras do protesto gritava palavras de ordem em um megafone: “Um, dois, três, quatro cinco, mil, não queremos mais usinas nucleares no Brasil”, e “Brasil responsável, energia renovável”.
“A gente é contra a construção de usinas nucleares no Brasil”, enfatizou Hannah Aders, estudante do terceiro ano do Ensino Médio e uma das organizadoras. “Na Alemanha, a corrente chegou a 45 quilômetros de comprimento. Aqui, ainda está pequena, mas temos que dar um primeiro passo”, disse, referindo-se ao protesto que levou milhares de pessoas às ruas de Berlim, uma semana após o acidente em uma usina nuclear no Japão.
No Blog estudantes enumeram outros objetivos do manifesto: a favor do investimento em fontes de energia sustentáveis e limpas; e a exigência de que o governo crie um plebiscito para a população decidir sobre a construção das usinas nucleares no Brasil.
As organizadoras pretendem realizar um novo protesto e esperam mobilizar mais pessoas. “Cerca de 700 pessoas confirmaram a participação na internet, mas na hora de vir é outra coisa”, disse Hannah, enquanto chamava pessoas na orla da praia para a manifestação.
Cerca de 50 pessoas participaram do ato neste domingo, dia 27 de março e pedem plebiscito sobre construção de usinas nucleares.
Bernardo Tabak
Do G1 RJ
A corrente humana pediu o fim do uso da energia nuclear no Brasil. Cerca de 50 pessoas deram as mãos e formaram uma corrente humana para pedir o fim do uso de energia nuclear no Brasil, na manhã deste domingo (27), na orla do Leblon, Zona Sul do Rio. A manifestação foi organizada por três estudantes do ensino médio, que criaram um blog e divulgaram o protesto em redes sociais da internet.
Em um dia de muito sol, os manifestantes, sempre de mãos dadas, caminharam do Leblon em direção ao Arpoador, em Ipanema, enquanto uma das organizadoras do protesto gritava palavras de ordem em um megafone: “Um, dois, três, quatro cinco, mil, não queremos mais usinas nucleares no Brasil”, e “Brasil responsável, energia renovável”.
“A gente é contra a construção de usinas nucleares no Brasil”, enfatizou Hannah Aders, estudante do terceiro ano do Ensino Médio e uma das organizadoras. “Na Alemanha, a corrente chegou a 45 quilômetros de comprimento. Aqui, ainda está pequena, mas temos que dar um primeiro passo”, disse, referindo-se ao protesto que levou milhares de pessoas às ruas de Berlim, uma semana após o acidente em uma usina nuclear no Japão.
No Blog estudantes enumeram outros objetivos do manifesto: a favor do investimento em fontes de energia sustentáveis e limpas; e a exigência de que o governo crie um plebiscito para a população decidir sobre a construção das usinas nucleares no Brasil.
As organizadoras pretendem realizar um novo protesto e esperam mobilizar mais pessoas. “Cerca de 700 pessoas confirmaram a participação na internet, mas na hora de vir é outra coisa”, disse Hannah, enquanto chamava pessoas na orla da praia para a manifestação.
A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) envia equipe ao Japão para detectar alimentos contaminados
Equipes adicionais ajudarão no gerenciamento da crise nuclear no país.Na véspera, outras equipes já haviam sido mandadas para região.
Do G1, em São Paulo
A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) enviou ao Japão duas novas equipes de especialistas para colaborar na gestão da crise nuclear, uma delas dedicada a analisar a contaminação radioativa detectada em alimentos, segundo nota divulgada pela entidade neste sábado (26).
Na foto divulgada pela Tokyo Electric Power Co., por meio da Kyodo News, mostra que eletricidade voltou em sala de controle da usina de Fukushima neste sábado (26/3) (Foto: AP)O organismo com sede em Viena disse que as duas equipes já viajaram ao Japão para "ajudar na resposta à emergência na usina nuclear de Fukushima Daiichi", onde o terremoto e o tsunami de 11 de março provocaram grandes danos.
A Aiea reiterou na sexta-feira (25) que a detecção de contaminação obrigou a restrição de distribuição de leite em Fukushima e Ibaraki, e de vegetais em Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma, para evitar que cheguem aos mercados.
A segunda equipe está composta por especialistas em proteção radiológica e realizará tarefas de medição e controle da radioatividade.
Com informações da EFE
Do G1, em São Paulo
A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) enviou ao Japão duas novas equipes de especialistas para colaborar na gestão da crise nuclear, uma delas dedicada a analisar a contaminação radioativa detectada em alimentos, segundo nota divulgada pela entidade neste sábado (26).
Na foto divulgada pela Tokyo Electric Power Co., por meio da Kyodo News, mostra que eletricidade voltou em sala de controle da usina de Fukushima neste sábado (26/3) (Foto: AP)O organismo com sede em Viena disse que as duas equipes já viajaram ao Japão para "ajudar na resposta à emergência na usina nuclear de Fukushima Daiichi", onde o terremoto e o tsunami de 11 de março provocaram grandes danos.
A Aiea reiterou na sexta-feira (25) que a detecção de contaminação obrigou a restrição de distribuição de leite em Fukushima e Ibaraki, e de vegetais em Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma, para evitar que cheguem aos mercados.
A segunda equipe está composta por especialistas em proteção radiológica e realizará tarefas de medição e controle da radioatividade.
Com informações da EFE
Operários são retirados de usina no Japão após registro de radiação
Água em reator tem radiação 10 milhões de vezes superior à normal. Nível de iodo radioativo no mar é 1.850 vezes maior do que padrão.
Do G1, com agências internacionais
Funcionários da usina de Fukushima, no Japão, foram retirados do local em que trabalhavam, neste domingo (27), depois da detecção de elevados índices de radiação na central.
Segundo informou a Tokyo Electric Power, a água acumulada na turbina do reator número 2 está com radiação 10 milhões de vezes acima da normal.
Os altos índices de radiação na água acumulada na usina podem estar levando ao aumento na radiação da água do mar próximo ao local.
O nível de iodo radioativo no mar próximo à usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, chegou a uma concentração 1.850 vezes superior ao padrão, segundo informou neste domingo a Agência de Segurança Nuclear. No sábado (26), um índice de iodo radioativo 1.250 vezes superior ao padrão havia sido encontrado.
Apesar do aumento no nível de iodo radioativo no mar de Fukushima, as partículas da radiação deverão se dispersar, sem representar risco à saúde, à vida marinha ou à segurança alimentar, segundo a Agência. A radioatividade da água no local, no entanto, impede a atuação de trabalhadores na restauração dos sistemas de refrigeração.
O índice de iodo 131 já estava 126 vezes acima do padrão na terça-feira (22) passada no litoral próximo à central de Fukushima Daiichi. O governo japonês decretou então um reforço no controle sobre peixes e mariscos procedentes da costa atingida.
Fukushima Daiichi, situada 250 km a nordeste de Tóquio, foi varrida por um tsunami de 14 metros que interrompeu o fornecimento de energia e provocou o colapso na refrigeração dos reatores, após a paralisação das bombas d'água, iniciando uma crise nuclear.
A Tokyo Electric Power (Tepco) tentará, neste domingo, drenar a água radioativa de algumas áreas da usina nuclear de Fukushima Daiichi para facilitar o trabalho dos operários.
Do G1, com agências internacionais
Funcionários da usina de Fukushima, no Japão, foram retirados do local em que trabalhavam, neste domingo (27), depois da detecção de elevados índices de radiação na central.
Segundo informou a Tokyo Electric Power, a água acumulada na turbina do reator número 2 está com radiação 10 milhões de vezes acima da normal.
Os altos índices de radiação na água acumulada na usina podem estar levando ao aumento na radiação da água do mar próximo ao local.
O nível de iodo radioativo no mar próximo à usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, chegou a uma concentração 1.850 vezes superior ao padrão, segundo informou neste domingo a Agência de Segurança Nuclear. No sábado (26), um índice de iodo radioativo 1.250 vezes superior ao padrão havia sido encontrado.
Apesar do aumento no nível de iodo radioativo no mar de Fukushima, as partículas da radiação deverão se dispersar, sem representar risco à saúde, à vida marinha ou à segurança alimentar, segundo a Agência. A radioatividade da água no local, no entanto, impede a atuação de trabalhadores na restauração dos sistemas de refrigeração.
O índice de iodo 131 já estava 126 vezes acima do padrão na terça-feira (22) passada no litoral próximo à central de Fukushima Daiichi. O governo japonês decretou então um reforço no controle sobre peixes e mariscos procedentes da costa atingida.
Fukushima Daiichi, situada 250 km a nordeste de Tóquio, foi varrida por um tsunami de 14 metros que interrompeu o fornecimento de energia e provocou o colapso na refrigeração dos reatores, após a paralisação das bombas d'água, iniciando uma crise nuclear.
A Tokyo Electric Power (Tepco) tentará, neste domingo, drenar a água radioativa de algumas áreas da usina nuclear de Fukushima Daiichi para facilitar o trabalho dos operários.
Se agrave a situação no Japão: Radiação da água em Fukushima está 10 milhões de vezes acima do normal
Há grande possibilidade de que a água esteja vazando diretamente de dentro do reator.
BBC Brasil
27/03/2011
A água encontrada junto do reator 2 da usina nuclear de Fukushima Daiichi, no leste do Japão, apresenta um nível de radiação 10 milhões de vezes maior do que o normal, segundo informou neste domingo a Agência de Segurança Nuclear do país. De acordo com a agência, existe uma grande possibilidade de que esta água esteja vazando diretamente de dentro do reator.
De acordo com a Tokyo Electric Power Company (Tepco), a água localizada abaixo do reator 2 certamente está contaminada, mas não no nível divulgado pela Agência de Segurança Nuclear japonesa. A Tepco informa que outra leitura da água está sendo feita.
Devido ao suposto aumento no nível de radiação em Fukushima, os funcionários que tentavam bombear a água para fora do reator 2 foram retirados do local, para evitar exposição à radiação.
O correspondente da BBC em Tóquio Mark Worthington afirma que esta é de longe a amostra de água mais radioativa já encontrada na usina de Fukushima desde o início da crise nuclear, que se seguiu ao terremoto de magnitude 9,0 do último dia 11.
O terremoto, que foi seguido de um tsunami, causou graves danos na usina, que teve o sistema de refrigeração dos reatores desligado. Isto traz grande risco de vazamento de material radioativo no local.
Água do mar
A Agência de Segurança Nuclear informou ainda que o nível de radiação na água do mar próximo à usina aumentou para 1.850 vezes acima do normal. Nesse sábado, o nível era de 1.250 vezes além do limite permitido em lei.
No sábado, a agência afirmou que estes níveis de radiação não trariam risco em um período superior a oito dias. No entanto, segundo o repórter da BBC, o aumento da radioatividade em poucas horas já causa preocupação - ainda mais porque a origem do vazamento é desconhecida.
A identificação da origem do vazamento de água contaminada continua sendo a maior prioridade das equipes em Fukushima, segundo afirmou a agência. Existe a suspeita de que a água radioativa esteja saindo dos reatores e indo diretamente ao mar.
Por outro lado, as autoridades dizem que os níveis de radiação no ar próximo à usina estão em queda.
O governo também se desculpou pela falta de informações detalhadas para as pessoas que moram nas áreas mais próximas de Fukushima, mas afirmou que não existe necessidade imediata de estabelecer uma zona de evacuação no local.
Resfriamento
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que administra a usina, afirma que continua trabalhando para restabelecer a energia elétrica e para religar o sistema de resfriamento nos reatores.
No entanto, a companhia alega que os altos níveis de radiação no local estão tornando mais lento o progresso dos trabalhos.
Os trabalhadores da Tepco continuam bombeando água fresca para dentro dos reatores 1, 2, 3 e 4, na tentativa de conter o derretimento dos cilindros de material radioativo.
Pesquisa
Uma pesquisa realizada pela agência de notícias Kyodo, divulgada neste domingo, aponta que 58,2% dos entrevistados desaprova a maneira como o governo japonês respondeu à crise nuclear, enquanto 39,3% aprovaram as ações das autoridades.
Por outro lado, 57,9% das pessoas consultadas aprovam a maneira como o Estado lidou com a ajuda às vítimas do terremoto e do tsunami do último dia 11. Já foram confirmados mais de 10 mil mortos pela tragédia. Os desaparecidos chegam a 18 mil.
Ainda segundo a pesquisa, o nível de aprovação do primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, chegou a 28,3%, um aumento de 8,4 pontos percentuais em relação ao levantamento passado, realizado antes do terremoto.
BBC Brasil
27/03/2011
A água encontrada junto do reator 2 da usina nuclear de Fukushima Daiichi, no leste do Japão, apresenta um nível de radiação 10 milhões de vezes maior do que o normal, segundo informou neste domingo a Agência de Segurança Nuclear do país. De acordo com a agência, existe uma grande possibilidade de que esta água esteja vazando diretamente de dentro do reator.
De acordo com a Tokyo Electric Power Company (Tepco), a água localizada abaixo do reator 2 certamente está contaminada, mas não no nível divulgado pela Agência de Segurança Nuclear japonesa. A Tepco informa que outra leitura da água está sendo feita.
Devido ao suposto aumento no nível de radiação em Fukushima, os funcionários que tentavam bombear a água para fora do reator 2 foram retirados do local, para evitar exposição à radiação.
O correspondente da BBC em Tóquio Mark Worthington afirma que esta é de longe a amostra de água mais radioativa já encontrada na usina de Fukushima desde o início da crise nuclear, que se seguiu ao terremoto de magnitude 9,0 do último dia 11.
O terremoto, que foi seguido de um tsunami, causou graves danos na usina, que teve o sistema de refrigeração dos reatores desligado. Isto traz grande risco de vazamento de material radioativo no local.
Água do mar
A Agência de Segurança Nuclear informou ainda que o nível de radiação na água do mar próximo à usina aumentou para 1.850 vezes acima do normal. Nesse sábado, o nível era de 1.250 vezes além do limite permitido em lei.
No sábado, a agência afirmou que estes níveis de radiação não trariam risco em um período superior a oito dias. No entanto, segundo o repórter da BBC, o aumento da radioatividade em poucas horas já causa preocupação - ainda mais porque a origem do vazamento é desconhecida.
A identificação da origem do vazamento de água contaminada continua sendo a maior prioridade das equipes em Fukushima, segundo afirmou a agência. Existe a suspeita de que a água radioativa esteja saindo dos reatores e indo diretamente ao mar.
Por outro lado, as autoridades dizem que os níveis de radiação no ar próximo à usina estão em queda.
O governo também se desculpou pela falta de informações detalhadas para as pessoas que moram nas áreas mais próximas de Fukushima, mas afirmou que não existe necessidade imediata de estabelecer uma zona de evacuação no local.
Resfriamento
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que administra a usina, afirma que continua trabalhando para restabelecer a energia elétrica e para religar o sistema de resfriamento nos reatores.
No entanto, a companhia alega que os altos níveis de radiação no local estão tornando mais lento o progresso dos trabalhos.
Os trabalhadores da Tepco continuam bombeando água fresca para dentro dos reatores 1, 2, 3 e 4, na tentativa de conter o derretimento dos cilindros de material radioativo.
Pesquisa
Uma pesquisa realizada pela agência de notícias Kyodo, divulgada neste domingo, aponta que 58,2% dos entrevistados desaprova a maneira como o governo japonês respondeu à crise nuclear, enquanto 39,3% aprovaram as ações das autoridades.
Por outro lado, 57,9% das pessoas consultadas aprovam a maneira como o Estado lidou com a ajuda às vítimas do terremoto e do tsunami do último dia 11. Já foram confirmados mais de 10 mil mortos pela tragédia. Os desaparecidos chegam a 18 mil.
Ainda segundo a pesquisa, o nível de aprovação do primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, chegou a 28,3%, um aumento de 8,4 pontos percentuais em relação ao levantamento passado, realizado antes do terremoto.
sábado, 26 de março de 2011
Manifestantes fazem protesto contra usinas nucleares na Alemanha
Mais de 50 mil pessoas protestavam em Berlim, segundo polícia local. Acidente nuclear de Fukushima voltou a mobilizar a opinião pública.
Do G1, com informações da France Presse
Milhares de pessoas protestaram neste sábado (26) nas principais cidades da Alemanha para exigir o fechamento das centrais nucleares do país, às vésperas de uma eleição regional que se anuncia como um referendo sobre a política energética da chanceler Angela Merkel.
Um manifestante ant-nuclear usa máscara durante protesto em Berli. Milhares de pessoas são esperadas neste protesto em toda a Alemanha neste dia 26 de março. Mais de 50.000 manifestantes participavam da passeata organizada em Berlim nesta manhã, informou a polícia local.
O acidente nuclear de Fukushima, no Japão, voltou a mobilizar a opinião pública alemã, tradicionalmente hostil à energia nuclear, em torno do assunto. Pouco depois do início da crise em Fukushima, Merkel anunciou o fechamento temporário dos reatores mais antigos e a realização de uma auditoria de todo o parque nuclear alemão.
Esta posição da chanceler, apenas cinco meses depois de ter decidido prolongar a vida útil dos 17 reatores nucleates alemãs por mais 12 anos, foi vista apenas como uma manobra política pela maioria da população, segundo uma pesquisa.
De acordo com os analistas, baseados em algumas pesquisas, a CDU (partido de Merkel) corre o risco de perder o governo da região de Baden-Wurtemberg, que dirige desde 1953.
Do G1, com informações da France Presse
Milhares de pessoas protestaram neste sábado (26) nas principais cidades da Alemanha para exigir o fechamento das centrais nucleares do país, às vésperas de uma eleição regional que se anuncia como um referendo sobre a política energética da chanceler Angela Merkel.
Um manifestante ant-nuclear usa máscara durante protesto em Berli. Milhares de pessoas são esperadas neste protesto em toda a Alemanha neste dia 26 de março. Mais de 50.000 manifestantes participavam da passeata organizada em Berlim nesta manhã, informou a polícia local.
O acidente nuclear de Fukushima, no Japão, voltou a mobilizar a opinião pública alemã, tradicionalmente hostil à energia nuclear, em torno do assunto. Pouco depois do início da crise em Fukushima, Merkel anunciou o fechamento temporário dos reatores mais antigos e a realização de uma auditoria de todo o parque nuclear alemão.
Esta posição da chanceler, apenas cinco meses depois de ter decidido prolongar a vida útil dos 17 reatores nucleates alemãs por mais 12 anos, foi vista apenas como uma manobra política pela maioria da população, segundo uma pesquisa.
De acordo com os analistas, baseados em algumas pesquisas, a CDU (partido de Merkel) corre o risco de perder o governo da região de Baden-Wurtemberg, que dirige desde 1953.
Mercadante demite diretoria da CNEN
luisnassif,
26/03/2011
Governo demite toda a diretoria da CNEN após descobrir que reatores atômicos operam sem licenças e que Angra 2 não tem autorização definitiva para operar.
Claudio Dantas Sequeira
Há exatamente uma semana chegou à mesa do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, um relatório explosivo contra membros da cúpula do programa nuclear brasileiro.
Com base nas denúncias do documento assinado pelas associações de servidores dos principais órgãos ligados ao programa (a CNEN e o Ipen), Mercadante pediu uma imediata investigação interna. Em poucos dias convenceu-se de que a situação era, de fato, grave e decidiu agir.
A primeira medida será a demissão do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves, e de toda a direção do órgão. Gonçalves é responsabilizado, dentre outras coisas, pelo atraso no licenciamento da usina de Caetité que paralisou a extração de urânio e obrigou o Brasil a comprar 220 toneladas do minério no Exterior, ao custo de R$ 40 milhões.
Para Mercadante, trata-se de um constrangimento, já que o País detém uma das maiores reservas de urânio do mundo.Caetité, no entanto, é apenas a ponta de um enrolado novelo que se tornou o programa nuclear. Mercadante ficou chocado ao saber que quatro reatores nucleares utilizados para pesquisa funcionam sem licença em três campi universitários.
O processo de certificação desses reatores foi engavetado pelo presidente da CNEN e por seu diretor de radioproteção e Segurança Nuclear, Laércio Vinhas. “Dá muito trabalho e os reatores estão muito bem”, teria dito Odair Gonçalves, segundo relato de funcionários. Gonçalves nega. “Nosso pessoal está sobrecarregado”, justifica.
Mas a gota d’água, para Mercadante, foi saber que Angra 2 opera há mais de uma década sem a “autorização de operação permanente”.Além das questões técnicas, há críticas sobre o suposto excesso de viagens internacionais de Gonçalves e de nomeações de amigos para cargos de chefia. Seria o caso da física Maria Cristina Lourenço, que chefia a área internacional da CNEN e acompanhou Gonçalves em 11 das 14 viagens que ele fez em 2010. Odair Dias Gonçalves está à frente da CNEN desde 2003.
Nesse período, entrou em choque com autoridades do setor e com o corpo de fiscais nucleares. Nem o Itamaraty o tolera e pouco fez em defesa de sua candidatura para cargos na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Foram três tentativas frustradas em 2010. “É um caso raro de unanimidade às avessas”, afirma um assessor de Mercadante.
No final do ano passado, Gonçalves filiou-se ao PT. Mas nega interesse na carreira política
http://www.istoe.com.br/reportagens/130253_USINA+DE+CONFUSOES
26/03/2011
Governo demite toda a diretoria da CNEN após descobrir que reatores atômicos operam sem licenças e que Angra 2 não tem autorização definitiva para operar.
Claudio Dantas Sequeira
Há exatamente uma semana chegou à mesa do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, um relatório explosivo contra membros da cúpula do programa nuclear brasileiro.
Com base nas denúncias do documento assinado pelas associações de servidores dos principais órgãos ligados ao programa (a CNEN e o Ipen), Mercadante pediu uma imediata investigação interna. Em poucos dias convenceu-se de que a situação era, de fato, grave e decidiu agir.
A primeira medida será a demissão do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves, e de toda a direção do órgão. Gonçalves é responsabilizado, dentre outras coisas, pelo atraso no licenciamento da usina de Caetité que paralisou a extração de urânio e obrigou o Brasil a comprar 220 toneladas do minério no Exterior, ao custo de R$ 40 milhões.
Para Mercadante, trata-se de um constrangimento, já que o País detém uma das maiores reservas de urânio do mundo.Caetité, no entanto, é apenas a ponta de um enrolado novelo que se tornou o programa nuclear. Mercadante ficou chocado ao saber que quatro reatores nucleares utilizados para pesquisa funcionam sem licença em três campi universitários.
O processo de certificação desses reatores foi engavetado pelo presidente da CNEN e por seu diretor de radioproteção e Segurança Nuclear, Laércio Vinhas. “Dá muito trabalho e os reatores estão muito bem”, teria dito Odair Gonçalves, segundo relato de funcionários. Gonçalves nega. “Nosso pessoal está sobrecarregado”, justifica.
Mas a gota d’água, para Mercadante, foi saber que Angra 2 opera há mais de uma década sem a “autorização de operação permanente”.Além das questões técnicas, há críticas sobre o suposto excesso de viagens internacionais de Gonçalves e de nomeações de amigos para cargos de chefia. Seria o caso da física Maria Cristina Lourenço, que chefia a área internacional da CNEN e acompanhou Gonçalves em 11 das 14 viagens que ele fez em 2010. Odair Dias Gonçalves está à frente da CNEN desde 2003.
Nesse período, entrou em choque com autoridades do setor e com o corpo de fiscais nucleares. Nem o Itamaraty o tolera e pouco fez em defesa de sua candidatura para cargos na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Foram três tentativas frustradas em 2010. “É um caso raro de unanimidade às avessas”, afirma um assessor de Mercadante.
No final do ano passado, Gonçalves filiou-se ao PT. Mas nega interesse na carreira política
http://www.istoe.com.br/reportagens/130253_USINA+DE+CONFUSOES
Mar de Fukushima tem iodo radioativo 1.250 vezes superior ao padrão
26/03/2011
Registro é da Agência de Segurança Nuclear do Japão. Governo japonês vem inspecionando peixes e mariscos da região.
Da AFP
Um índice de iodo radioativo 1.250 vezes superior ao padrão foi encontrado no mar próximo à central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, informou neste sábado a Agência de Segurança Nuclear.
Segundo a agência, os testes foram realizados pela Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da central nuclear.
“Se alguém bebe 50 centilitros de água com esta concentração de iodo atingirá de uma só vez o limite anual que pode absorver. É um nível relativamente elevado”, explicou um porta-voz da agência. O mesmo funcionário destacou que a radioatividade registrada na costa “se diluirá com a maré, impedindo que uma concentração muito alta seja absorvida por algas e animais marinhos”.
“A concentração de iodo cai à metade a cada oito dias e quando a população efetivamente tiver acesso a estes produtos do mar, seu volume estará reduzido de maneira significativa”, afirmou o porta-voz.
O índice de iodo 131 já estava 126 vezes acima do padrão na terça-feira (22) passada no litoral próximo à central de Fukushima Daiichi. O governo japonês decretou então um reforço no controle sobre peixes e mariscos procedentes da costa atingida.
Fukushima Daiichi, situada 250 km a nordeste de Tóquio, foi varrida por um tsunami de 14 metros que interrompeu o fornecimento de energia e provocou o colapso na refrigeração dos reatores, após a paralisação das bombas d'água, iniciando uma crise nuclear.
O primeiro-ministro japonês admitiu na sexta-feira (25) que a situação segue “imprevisível” em Fukushima.
Registro é da Agência de Segurança Nuclear do Japão. Governo japonês vem inspecionando peixes e mariscos da região.
Da AFP
Um índice de iodo radioativo 1.250 vezes superior ao padrão foi encontrado no mar próximo à central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, informou neste sábado a Agência de Segurança Nuclear.
Segundo a agência, os testes foram realizados pela Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da central nuclear.
“Se alguém bebe 50 centilitros de água com esta concentração de iodo atingirá de uma só vez o limite anual que pode absorver. É um nível relativamente elevado”, explicou um porta-voz da agência. O mesmo funcionário destacou que a radioatividade registrada na costa “se diluirá com a maré, impedindo que uma concentração muito alta seja absorvida por algas e animais marinhos”.
“A concentração de iodo cai à metade a cada oito dias e quando a população efetivamente tiver acesso a estes produtos do mar, seu volume estará reduzido de maneira significativa”, afirmou o porta-voz.
O índice de iodo 131 já estava 126 vezes acima do padrão na terça-feira (22) passada no litoral próximo à central de Fukushima Daiichi. O governo japonês decretou então um reforço no controle sobre peixes e mariscos procedentes da costa atingida.
Fukushima Daiichi, situada 250 km a nordeste de Tóquio, foi varrida por um tsunami de 14 metros que interrompeu o fornecimento de energia e provocou o colapso na refrigeração dos reatores, após a paralisação das bombas d'água, iniciando uma crise nuclear.
O primeiro-ministro japonês admitiu na sexta-feira (25) que a situação segue “imprevisível” em Fukushima.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Após crise no Japão, ONU quer repensar segurança nuclear global
25/03/2011
Crise em Fukushima reforça apelo para revisar padrão de resposta, diz Ban.
Japão ainda luta para tentar estabilizar usina abalada por tremor e tsunami.
Da Reuters
É preciso reexaminar o regime de segurança nuclear internacional após a crise no Japão, atingido por um terremoto e um tsunami que afetaram uma usina de energia atômica antiga, afirmou o chefe da ONU nesta sexta-feira (25).
"A situação no Japão tem ... reforçado os apelos para que se revise o padrão de resposta internacional para emergência e o regime de segurança nuclear", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, em comunicado.
"Eu apoio esses apelos", disse ele.
Crise em Fukushima reforça apelo para revisar padrão de resposta, diz Ban.
Japão ainda luta para tentar estabilizar usina abalada por tremor e tsunami.
Da Reuters
É preciso reexaminar o regime de segurança nuclear internacional após a crise no Japão, atingido por um terremoto e um tsunami que afetaram uma usina de energia atômica antiga, afirmou o chefe da ONU nesta sexta-feira (25).
"A situação no Japão tem ... reforçado os apelos para que se revise o padrão de resposta internacional para emergência e o regime de segurança nuclear", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, em comunicado.
"Eu apoio esses apelos", disse ele.
Na tragédia nuclear, a segunda vítima é a informação
No país em que as pessoas fizeram da câmera de filmar uma extensão do olho, o terremoto seguido de tsunami foi, à primeira vista, exposto de forma ampla, geral e irrestrita: casas, estradas, aviões, barcos, carros, árvores, tudo desceu, água abaixo, nas telas do mundo.
Num olhar mais atento, contudo, nas impressionantes cenas havia de tudo, menos gente. Uma das raras pessoas a aparecer no meio do caos foi essa da imagem abaixo: pano branco à mão na segurança provisória de uma casa ilhada.
Não se trata de mostrar a morte ao vivo. No atentado terrorista do 11 de setembro, agências de notícias e emissoras de televisão optaram por não disseminar nem exibir imagens de pessoas desesperadas nos andares mais altos, fugindo do fogo num salto para o vazio. Seus corpos, estendidos ao chão, não ampliariam o drama humano, nem dariam sentido diferente ao terror dos atentados. O drama foi exaustivamente contado pelos parentes das vítimas, pela história dos bombeiros arrastados pelo desabamento, pelos sobreviventes.
Mas a escassa presença de gente nas imagens do tsunami,aliada às desencontradas informações sobre a extensão do acidente nuclear na planta de Fukushima, indica um jeito muito particular dos japoneses lidarem com suas tragédias. No caso do tsunami a omissão significa respeito aos que não conseguiram escapar a tempo. Mas o vazamento nuclear não pode merecer o mesmo tratamento. Nesse caso, omissão é irresponsabilidade.
Se governos estrangeiros indicam que a situação é pior que a informada oficialmente, as autoridades japonesas deveriam, no mínimo, abrir suas instalações para uma comissão independente dirimir a dúvida. Com o tempo, a história de Fukushima será contada em sua verdadeira magnitude. Mas se na guerra, a primeira vítima é a verdade (porque a mentira das autoridades vem antes dos embates armados), na tragédia nuclear japonesa ela é a segunda, imediatamente depois das vidas perdidas no maior terremoto da história do país.
Autor: Luciano Suassuna
Num olhar mais atento, contudo, nas impressionantes cenas havia de tudo, menos gente. Uma das raras pessoas a aparecer no meio do caos foi essa da imagem abaixo: pano branco à mão na segurança provisória de uma casa ilhada.
Não se trata de mostrar a morte ao vivo. No atentado terrorista do 11 de setembro, agências de notícias e emissoras de televisão optaram por não disseminar nem exibir imagens de pessoas desesperadas nos andares mais altos, fugindo do fogo num salto para o vazio. Seus corpos, estendidos ao chão, não ampliariam o drama humano, nem dariam sentido diferente ao terror dos atentados. O drama foi exaustivamente contado pelos parentes das vítimas, pela história dos bombeiros arrastados pelo desabamento, pelos sobreviventes.
Mas a escassa presença de gente nas imagens do tsunami,aliada às desencontradas informações sobre a extensão do acidente nuclear na planta de Fukushima, indica um jeito muito particular dos japoneses lidarem com suas tragédias. No caso do tsunami a omissão significa respeito aos que não conseguiram escapar a tempo. Mas o vazamento nuclear não pode merecer o mesmo tratamento. Nesse caso, omissão é irresponsabilidade.
Se governos estrangeiros indicam que a situação é pior que a informada oficialmente, as autoridades japonesas deveriam, no mínimo, abrir suas instalações para uma comissão independente dirimir a dúvida. Com o tempo, a história de Fukushima será contada em sua verdadeira magnitude. Mas se na guerra, a primeira vítima é a verdade (porque a mentira das autoridades vem antes dos embates armados), na tragédia nuclear japonesa ela é a segunda, imediatamente depois das vidas perdidas no maior terremoto da história do país.
Autor: Luciano Suassuna
Japão investiga possível dano em núcleo de reator de Fukushima
Empresa tenta descobrir causa de vazamento que provocou nível de radioatividade dez vezes maior que o normal
iG São Paulo
25/03/2011
A agência de segurança nuclear do Japão afirmou nesta sexta-feira que um rigoroso exame está sendo realizado para encontrar a causa de um possível vazamento de material radioativo no reator 3 de Fukushima. A usina sofreu graves danos com o terremoto seguido de tsunami ocorrido em 11 de março.
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que controla a usina, afirma que perigosos níveis de radioatividade foram detectados na água acumulada perto do reator. O material radioativo encontrado, segundo autoridades, tem nível 10 mil vezes maior que o considerado normal. Isto pode significar que houve danos na cúpula, nos canos, válvulas ou mesmo no núcleo do reator.
Era neste local que trabalhavam os dois técnicos que foram internados na quinta-feira, com queimaduras nas pernas causadas por raios beta. Eles continuam no hospital.
O porta-voz da Tepco, Hidehiko Nishiyama, disse que não há dados, como nível de pressão, que indiquem um possível dano no núcleo do reator. "Ainda é incerto como o vazamento aconteceu", disse à imprensa.
O primeiro-ministro do Japão disse nesta sexta-feira que a situação da usina nuclear é muito grave e não dá margem para qualquer previsão otimista no momento. "A condição atual da usina nuclear de Fukushima ainda não nos permite ter qualquer otimismo. Nós faremos o máximo para impedir que a situação se deteriore ainda mais", disse o premiê.
"Eu sinceramente peço desculpas a fazendeiros e produtores de leite pelos danos severos (causados pela crise nuclear). Nós daremos o máximo para compensar pelos prejuízos e dar-lhes apoio", afirmou Kan.
Também nesta sexta-feira, o governo japonês sugeriu que os moradores num raio de 20km a 30km da usina de Fukushima deixem suas casas de forma voluntária.
Segundo Yukio Edano, porta-voz do governo, a medida é para facilitar o acesso destas pessoas a produtos de primeira necessidade, e não tem relação com a questão da segurança ou contaminação radioativa. "A distribuição de produtos está afetada e isso dificulta a sobrevivência por um longo período de tempo", disse Edano a jornalistas.
Segundo a agência de notícias Kyodo, as empresas de distribuição alegaram que motoristas têm medo de se expor à radiação e por isso resistem a ser enviados ao local. O governo japonês garantiu total assistência e colocou à disposição transporte e abrigo.
No entanto, Edano afirmou que não há intenção de expandir a área de evacuação, que até o momento é de 20km de distância da usina nuclear.
Na China, dois turistas japoneses que saíram de Tóquio foram internados com alto nível de radiação. Ainda não se sabe como eles foram contaminados, já que disseram que não chegaram perto da província de Fukushima.
Segundo o governo chinês, os dois estão num hospital especializado e foram feitos testes nas malas e roupas que detectaram níveis "seriamente acima do normal".
iG São Paulo
25/03/2011
A agência de segurança nuclear do Japão afirmou nesta sexta-feira que um rigoroso exame está sendo realizado para encontrar a causa de um possível vazamento de material radioativo no reator 3 de Fukushima. A usina sofreu graves danos com o terremoto seguido de tsunami ocorrido em 11 de março.
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que controla a usina, afirma que perigosos níveis de radioatividade foram detectados na água acumulada perto do reator. O material radioativo encontrado, segundo autoridades, tem nível 10 mil vezes maior que o considerado normal. Isto pode significar que houve danos na cúpula, nos canos, válvulas ou mesmo no núcleo do reator.
Era neste local que trabalhavam os dois técnicos que foram internados na quinta-feira, com queimaduras nas pernas causadas por raios beta. Eles continuam no hospital.
O porta-voz da Tepco, Hidehiko Nishiyama, disse que não há dados, como nível de pressão, que indiquem um possível dano no núcleo do reator. "Ainda é incerto como o vazamento aconteceu", disse à imprensa.
O primeiro-ministro do Japão disse nesta sexta-feira que a situação da usina nuclear é muito grave e não dá margem para qualquer previsão otimista no momento. "A condição atual da usina nuclear de Fukushima ainda não nos permite ter qualquer otimismo. Nós faremos o máximo para impedir que a situação se deteriore ainda mais", disse o premiê.
"Eu sinceramente peço desculpas a fazendeiros e produtores de leite pelos danos severos (causados pela crise nuclear). Nós daremos o máximo para compensar pelos prejuízos e dar-lhes apoio", afirmou Kan.
Também nesta sexta-feira, o governo japonês sugeriu que os moradores num raio de 20km a 30km da usina de Fukushima deixem suas casas de forma voluntária.
Segundo Yukio Edano, porta-voz do governo, a medida é para facilitar o acesso destas pessoas a produtos de primeira necessidade, e não tem relação com a questão da segurança ou contaminação radioativa. "A distribuição de produtos está afetada e isso dificulta a sobrevivência por um longo período de tempo", disse Edano a jornalistas.
Segundo a agência de notícias Kyodo, as empresas de distribuição alegaram que motoristas têm medo de se expor à radiação e por isso resistem a ser enviados ao local. O governo japonês garantiu total assistência e colocou à disposição transporte e abrigo.
No entanto, Edano afirmou que não há intenção de expandir a área de evacuação, que até o momento é de 20km de distância da usina nuclear.
Na China, dois turistas japoneses que saíram de Tóquio foram internados com alto nível de radiação. Ainda não se sabe como eles foram contaminados, já que disseram que não chegaram perto da província de Fukushima.
Segundo o governo chinês, os dois estão num hospital especializado e foram feitos testes nas malas e roupas que detectaram níveis "seriamente acima do normal".
quinta-feira, 24 de março de 2011
Pelo menos 17 operários de Fukushima expostos a radiação acima do limite
Ao menos dois trabalhadores foram hospitalizados com queimaduras por exposição à radiação
24 de março de 2011
Efe
TÓQUIO - Pelo menos 17 trabalhadores da usina nuclear de Fukushima foram expostos a radioatividade acima dos limites estabelecidos normalmente para uma emergência, informou nesta quinta-feira, 24, a operadora da central, Tepco.
Os 17 operários estiveram expostos a uma radiação de mais de 100 milisievert, normalmente considerado a máxima em condições de emergência, mas para o caso concreto de Fukushima o Governo japonês autorizou elevá-lo até 250 milisievert.
Três desses trabalhadores receberam nesta quinta-feira entre 173 e 180 milisievert, enquanto cabos elétricos eram estendidos perto do reator três, em um edifício de turbinas inundado com um elevado nível de radioatividade, segundo a televisão pública "NHK".
Dois dos funcionários foram hospitalizados com queimaduras nos pés aparentemente causadas por exposição direta a raios beta, segundo a Tepco, que indicou que a água radioativa poderia ter entrado pelas roupas de proteção.
Após esse fato, os trabalhadores da área foram temporariamente afastados.
Até esta quinta-feira, o Instituto de Pesquisa Radiológica do Japão examinou cerca de 200 funcionários da usina, dos quais só foram hospitalizados para receber tratamento médico especial os dois com queimaduras nos pés.
Os trabalhos para refrigerar o reator 3, o único que contém plutônio além de urânio, foi retomado na primeira hora desta quinta-feira após ter sido suspenso na véspera por causa de uma coluna de fumaça.
Em seis horas as equipes militares e de bombeiros jogaram entre quatro e cinco toneladas de água na piscina de combustível desse reator e conseguiram fazer descer sua temperatura de 57 para 31 graus, segundo as Forças de Autodefesa, citadas pela "NHK".
Os operários também conseguiram devolver parcialmente a luz aos painéis de controle da unidade 1, no qual se trabalha para reduzir a pressão do compartimento de contenção do reator.
24 de março de 2011
Efe
TÓQUIO - Pelo menos 17 trabalhadores da usina nuclear de Fukushima foram expostos a radioatividade acima dos limites estabelecidos normalmente para uma emergência, informou nesta quinta-feira, 24, a operadora da central, Tepco.
Os 17 operários estiveram expostos a uma radiação de mais de 100 milisievert, normalmente considerado a máxima em condições de emergência, mas para o caso concreto de Fukushima o Governo japonês autorizou elevá-lo até 250 milisievert.
Três desses trabalhadores receberam nesta quinta-feira entre 173 e 180 milisievert, enquanto cabos elétricos eram estendidos perto do reator três, em um edifício de turbinas inundado com um elevado nível de radioatividade, segundo a televisão pública "NHK".
Dois dos funcionários foram hospitalizados com queimaduras nos pés aparentemente causadas por exposição direta a raios beta, segundo a Tepco, que indicou que a água radioativa poderia ter entrado pelas roupas de proteção.
Após esse fato, os trabalhadores da área foram temporariamente afastados.
Até esta quinta-feira, o Instituto de Pesquisa Radiológica do Japão examinou cerca de 200 funcionários da usina, dos quais só foram hospitalizados para receber tratamento médico especial os dois com queimaduras nos pés.
Os trabalhos para refrigerar o reator 3, o único que contém plutônio além de urânio, foi retomado na primeira hora desta quinta-feira após ter sido suspenso na véspera por causa de uma coluna de fumaça.
Em seis horas as equipes militares e de bombeiros jogaram entre quatro e cinco toneladas de água na piscina de combustível desse reator e conseguiram fazer descer sua temperatura de 57 para 31 graus, segundo as Forças de Autodefesa, citadas pela "NHK".
Os operários também conseguiram devolver parcialmente a luz aos painéis de controle da unidade 1, no qual se trabalha para reduzir a pressão do compartimento de contenção do reator.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Para refletir
Colegas
Sobre acidentes com centrais nucleares o que eu gostaria de assinalar é que não existe máquina infalível nem obra de engenharia 100% segura.
Haja vista os inúmeros acidentes de avião, automóvel, trem.... e de usinas nucleares – que acontecem pelo mundo afora. Embora a indústria nuclear faça de tudo para minimizar a gravidade e o número de acintes em usinas, a AIEA já recebeu cerca de 800 notificações de acidentes significativos. Veja o primeiro texto abaixo, onde estão citados os seguintes acidentes: Three Mile Island; Tchernobyl; Forsmark; Tokaimura; Bohunice e Mayak.
Note que os acidentes nucleares têm dimensões que os outros não têm. Eles se propagam pelo espaço – continentes inteiros – e pelo tempo – décadas, senão séculos. Um grave desastre de avião, por exemplo, atinge diretamente, no máximo, uns 500 passageiros e, indiretamente, os familiares que ficaram. No entanto, por mais traumático que seja para essas famílias, esse tipo de acidente termina no local e no instante em que acontece.
Enquanto isso, um acidente em central nuclear apenas começa no instante e no local em que ocorre, atingido diretamente somente os funcionários e operadores que se encontram na usina.
Só que alguns dias depois são dezenas ou centenas de pessoas em regiões inteiras, que vão sofrer males induzidos por exposição a radiações ionizantes acima do normal.
E alguns anos depois serão crianças que nascerão com problemas físicos e mentais, decorrentes de aberrações cromossômicas provocadas pela absorção, por seus genitores, de doses de radiação acima do natural, como está acontecendo em conseqüência de Chernobyl, com a população que restou em vastas regiões da Ucrânia e da Bielorússia.
Espero que o Brasil – que não precisa de usinas nucleares – vença a tendência de imitar o que os países industrializados fazem – e não ceda ao poderoso lobby dos fabricantes de usinas nucleares.
Joaquim Francisco do Carvalho
Sobre acidentes com centrais nucleares o que eu gostaria de assinalar é que não existe máquina infalível nem obra de engenharia 100% segura.
Haja vista os inúmeros acidentes de avião, automóvel, trem.... e de usinas nucleares – que acontecem pelo mundo afora. Embora a indústria nuclear faça de tudo para minimizar a gravidade e o número de acintes em usinas, a AIEA já recebeu cerca de 800 notificações de acidentes significativos. Veja o primeiro texto abaixo, onde estão citados os seguintes acidentes: Three Mile Island; Tchernobyl; Forsmark; Tokaimura; Bohunice e Mayak.
Note que os acidentes nucleares têm dimensões que os outros não têm. Eles se propagam pelo espaço – continentes inteiros – e pelo tempo – décadas, senão séculos. Um grave desastre de avião, por exemplo, atinge diretamente, no máximo, uns 500 passageiros e, indiretamente, os familiares que ficaram. No entanto, por mais traumático que seja para essas famílias, esse tipo de acidente termina no local e no instante em que acontece.
Enquanto isso, um acidente em central nuclear apenas começa no instante e no local em que ocorre, atingido diretamente somente os funcionários e operadores que se encontram na usina.
Só que alguns dias depois são dezenas ou centenas de pessoas em regiões inteiras, que vão sofrer males induzidos por exposição a radiações ionizantes acima do normal.
E alguns anos depois serão crianças que nascerão com problemas físicos e mentais, decorrentes de aberrações cromossômicas provocadas pela absorção, por seus genitores, de doses de radiação acima do natural, como está acontecendo em conseqüência de Chernobyl, com a população que restou em vastas regiões da Ucrânia e da Bielorússia.
Espero que o Brasil – que não precisa de usinas nucleares – vença a tendência de imitar o que os países industrializados fazem – e não ceda ao poderoso lobby dos fabricantes de usinas nucleares.
Joaquim Francisco do Carvalho
Nordeste reavalia interesse em usinas nucleares após desastres
Governo federal deve descartar anúncio do local das novas usinas ainda neste semestre, depois do ocorrido no Japão
Danilo Fariello, iG Brasília
23/03/2011 05:58
O Brasil volta a discutir oficialmente hoje a instalação de pelo menos quatro novas usinas nucleares no território nacional em um debate certamente contaminado pelo tema da radiação, após o tsunami no Japão. Até o incidente em Fukushima, população e políticos tinham uma vaga ideia sobre o risco de um vazamento nuclear de grandes proporções. Agora, retomada a veiculação de imagens dos impactos da radiação, 25 anos depois de Chernobyl, os políticos e a população em geral olham para os bilhões de reais que a obra traz à região, mas com uma dose extra de receio.
A partir das 11 horas ocorre na Câmara dos Deputados audiência pública sobre a situação Programa Nuclear Brasileiro. Segundo o Plano Nacional de Desenvolvimento Energético (PNDE), o Brasil deve construir até 2030 pelo menos quatro usinas nucleares de 1 mil Megawatts, sendo duas em uma cidade do Nordeste e duas no Sudeste.
As novas usinas estariam 40 anos à frente às de Fukushima em termos de segurança, porque as japonesas já tinham essa idade, mas, mesmo assim, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas recuaram um pouco diante da possibilidade de receberem as usinas. Eles estavam de olho, principalmente, na chegada de indústrias ao redor das usinas, além de empregos e impostos. Agora, veem também o risco.
Em Pernambuco, o governador Eduardo Campos chegou a afirmar, nas últimas semanas, que a decisão sobre as próximas usinas nucleares não deve ser tomada nos próximos quatro anos. “A usina não está na pauta”, afirmou ele, descartando o pleito que tinha anteriormente.
Para o secretário-adjunto de Minas e Energia de Alagoas, Geoberto Espírito Santo, é bom que a definição do local de instalação das usinas demore mais e supere esta fase mais emocional e ideológica após o acidente. “É preciso entendermos que o que provocou o acidente é algo muito remoto de ocorrer no Brasil, entretanto, não devemos deixar de lado os sinais de que nunca pode acontecer.”
Espírito Santo diz que o Estado de Alagoas não pode, por um nível de risco muito pequeno, deixar de receber investimento de R$ 10 bilhões. “Tudo na vida são custos e benefícios, por isso precisamos saber melhor o que aconteceu." Ele se refere à possibilidade bem menor de haver terremotos e tsunamis no território brasileiro do que no japonês.
Em Sergipe, Estado que também pleiteia a usina, o governador Marcelo Déda divulgou uma nota afirmando que o Brasil terá que reavaliar a segurança das nossas usinas e rediscutir o seu programa de expansão nuclear com novas instalações. “A pretensão do Estado de Sergipe em disputar a instalação de uma usina no nosso território pressupõe garantias plenas de segurança das instalações. Sem essas garantias, não há como defender tais empreendimentos”, declarou o governador.
Energia nuclear já ficou mais cara
Independentemente do risco ambiental e humano, já é praticamente certo esperar que a energia nuclear fique mais cara no mundo depois dos incidentes. Especialistas explicam que, em geral, as mesmas seguradoras que atuam no Japão fazem apólices para o mundo todo. O custo de seguro compõe o valor total que vai resultar na tarifa paga pelo usuário da energia. A ponderação de custo e benefício ambiental entre uma usina nuclear e uma hidrelétrica também pode ser revista pela sociedade momentaneamente.
Para o deputado Fernando Ferro (PT-PE), um dos autores do pedido de audiência na Câmara, é preciso repensar a instalação das usinas. “É como quando ocorre um acidente de avião, as pessoas ficam um tempo com medo de voar.” Para o deputado, é necessário aumentar o debate com a sociedade sobre a instalação das usinas, para saber se a população quer ou não viver perto de uma usina. “Não acho que todos que moram em Angra queiram o fim das usinas agora.”
Decisão agora seria politicamente incorreta
No entanto, os governos reconhecem que este não seria um momento politicamente correto para se anunciar a instalação das usinas. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já declarou abertamente que as usinas terão sua segurança testada, mas ainda não reviu o prazo antes declarado, de que neste semestre ainda indicaria os locais de implantação. No entanto, essa medida já é tida como certa.
Após o vazamento de energia no Japão, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, declarou que a presidenta Dilma Rousseff, “está extremamente preocupada com os efeitos, inclusive aqui sobre a nossa política, de toda essa questão da energia atômica, nuclear. Temos que, com responsabilidade, olhar isso. A presidente está o tempo todo acompanhando as informações e tomando as providências que forem necessárias.”
Técnicos avaliam locais possíveis
A demora para definição dos locais decorre também do fato de o governo ter resolvido interromper a segunda fase de avaliação dos sítios onde seria possível instalar as usinas para refazer a primeira fase de avaliação de todo o território nacional. Quem faz essa avaliação é a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. Esse grande atlas, de onde podem ser instaladas usinas nucleares no Brasil e onde podem ser depositados os resíduos nucleares, deverá ficar pronto em poucas semanas.
A decisão final de onde instalar as usinas vai ser política, mas o atlas da Eletronuclear levará em conta os cursos de instalação e transmissão de energia e o potencial de desenvolvimento regional com a instalação de novas usinas. O atlas vai avaliar 50 critérios sobre cada local possível.
Estarão na Câmara hoje Alfredo Tranjan Filho, presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB); Odair Dias Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Na próxima audiência, o minsitro Lobão será convidado a dar mais explicações sobre o programa nuclear.
Atualmente, a CNEN coloca em curso uma pesquisa sobre o que fazer com os resíduos da geração de energia nuclear, que são altamente radioativos. A partir do atlas da Eletronuclear, também poderá ser escolhido um local no país para depósito permanente desses resíduos
Danilo Fariello, iG Brasília
23/03/2011 05:58
O Brasil volta a discutir oficialmente hoje a instalação de pelo menos quatro novas usinas nucleares no território nacional em um debate certamente contaminado pelo tema da radiação, após o tsunami no Japão. Até o incidente em Fukushima, população e políticos tinham uma vaga ideia sobre o risco de um vazamento nuclear de grandes proporções. Agora, retomada a veiculação de imagens dos impactos da radiação, 25 anos depois de Chernobyl, os políticos e a população em geral olham para os bilhões de reais que a obra traz à região, mas com uma dose extra de receio.
A partir das 11 horas ocorre na Câmara dos Deputados audiência pública sobre a situação Programa Nuclear Brasileiro. Segundo o Plano Nacional de Desenvolvimento Energético (PNDE), o Brasil deve construir até 2030 pelo menos quatro usinas nucleares de 1 mil Megawatts, sendo duas em uma cidade do Nordeste e duas no Sudeste.
As novas usinas estariam 40 anos à frente às de Fukushima em termos de segurança, porque as japonesas já tinham essa idade, mas, mesmo assim, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas recuaram um pouco diante da possibilidade de receberem as usinas. Eles estavam de olho, principalmente, na chegada de indústrias ao redor das usinas, além de empregos e impostos. Agora, veem também o risco.
Em Pernambuco, o governador Eduardo Campos chegou a afirmar, nas últimas semanas, que a decisão sobre as próximas usinas nucleares não deve ser tomada nos próximos quatro anos. “A usina não está na pauta”, afirmou ele, descartando o pleito que tinha anteriormente.
Para o secretário-adjunto de Minas e Energia de Alagoas, Geoberto Espírito Santo, é bom que a definição do local de instalação das usinas demore mais e supere esta fase mais emocional e ideológica após o acidente. “É preciso entendermos que o que provocou o acidente é algo muito remoto de ocorrer no Brasil, entretanto, não devemos deixar de lado os sinais de que nunca pode acontecer.”
Espírito Santo diz que o Estado de Alagoas não pode, por um nível de risco muito pequeno, deixar de receber investimento de R$ 10 bilhões. “Tudo na vida são custos e benefícios, por isso precisamos saber melhor o que aconteceu." Ele se refere à possibilidade bem menor de haver terremotos e tsunamis no território brasileiro do que no japonês.
Em Sergipe, Estado que também pleiteia a usina, o governador Marcelo Déda divulgou uma nota afirmando que o Brasil terá que reavaliar a segurança das nossas usinas e rediscutir o seu programa de expansão nuclear com novas instalações. “A pretensão do Estado de Sergipe em disputar a instalação de uma usina no nosso território pressupõe garantias plenas de segurança das instalações. Sem essas garantias, não há como defender tais empreendimentos”, declarou o governador.
Energia nuclear já ficou mais cara
Independentemente do risco ambiental e humano, já é praticamente certo esperar que a energia nuclear fique mais cara no mundo depois dos incidentes. Especialistas explicam que, em geral, as mesmas seguradoras que atuam no Japão fazem apólices para o mundo todo. O custo de seguro compõe o valor total que vai resultar na tarifa paga pelo usuário da energia. A ponderação de custo e benefício ambiental entre uma usina nuclear e uma hidrelétrica também pode ser revista pela sociedade momentaneamente.
Para o deputado Fernando Ferro (PT-PE), um dos autores do pedido de audiência na Câmara, é preciso repensar a instalação das usinas. “É como quando ocorre um acidente de avião, as pessoas ficam um tempo com medo de voar.” Para o deputado, é necessário aumentar o debate com a sociedade sobre a instalação das usinas, para saber se a população quer ou não viver perto de uma usina. “Não acho que todos que moram em Angra queiram o fim das usinas agora.”
Decisão agora seria politicamente incorreta
No entanto, os governos reconhecem que este não seria um momento politicamente correto para se anunciar a instalação das usinas. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já declarou abertamente que as usinas terão sua segurança testada, mas ainda não reviu o prazo antes declarado, de que neste semestre ainda indicaria os locais de implantação. No entanto, essa medida já é tida como certa.
Após o vazamento de energia no Japão, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, declarou que a presidenta Dilma Rousseff, “está extremamente preocupada com os efeitos, inclusive aqui sobre a nossa política, de toda essa questão da energia atômica, nuclear. Temos que, com responsabilidade, olhar isso. A presidente está o tempo todo acompanhando as informações e tomando as providências que forem necessárias.”
Técnicos avaliam locais possíveis
A demora para definição dos locais decorre também do fato de o governo ter resolvido interromper a segunda fase de avaliação dos sítios onde seria possível instalar as usinas para refazer a primeira fase de avaliação de todo o território nacional. Quem faz essa avaliação é a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. Esse grande atlas, de onde podem ser instaladas usinas nucleares no Brasil e onde podem ser depositados os resíduos nucleares, deverá ficar pronto em poucas semanas.
A decisão final de onde instalar as usinas vai ser política, mas o atlas da Eletronuclear levará em conta os cursos de instalação e transmissão de energia e o potencial de desenvolvimento regional com a instalação de novas usinas. O atlas vai avaliar 50 critérios sobre cada local possível.
Estarão na Câmara hoje Alfredo Tranjan Filho, presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB); Odair Dias Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Na próxima audiência, o minsitro Lobão será convidado a dar mais explicações sobre o programa nuclear.
Atualmente, a CNEN coloca em curso uma pesquisa sobre o que fazer com os resíduos da geração de energia nuclear, que são altamente radioativos. A partir do atlas da Eletronuclear, também poderá ser escolhido um local no país para depósito permanente desses resíduos
Tóquio detecta radiação acima do limite de segurança na água
Nível das substâncias radioativas na água pode afetar bebês. Radiação também foi encontrada em vegetais da região de Fukushima.
Do G1, com agências internacionais*
A radiação medida na água de uma estação de tratamento de Tóquio supera o limite de saúde para crianças e pode afetar um bebê, informaram nesta quarta-feira (23) autoridades da capital do Japão, que está localizada a cerca de 250 km da usina nuclear de Fukushima, danificada após os desastres naturais que atingiram o país no dia 11 de março.
As autoridades de saúde estão alertando a população para que evite dar água diretamente da torneira para crianças e bebês com menos de 1 ano.
A estação de tratamento de Kanamachi abastece Tóquio e outras cinco cidades periféricas. No complexo foi registrado níveis de iodo radioativo superiores ao limite aconselhável: 210 becquerel por quilo, acima do limite de 100 becquerel por quilo considerado seguro para crianças.
Segundo o Ministério de Educação e Ciência japonês, o limite de iodo na água corrente, no caso dos adultos, é de 300 becquerel por quilo.
Autoridades de saúde dizem que radição detectada na água que abastece Tóquio e outros cinco distritos periféricos é prejudicial a bebês, mas não é nociva aos adultos. A usina de água afeta 23 bairros do centro da capital e os distritos vizinhos de Musashino, Machida, Tama, Mitaka e Inagi.
O prefeito de Tóquio, Shintaro Ishihara, pediu “calma e sensatez” à população da capital japonesa diante da recomendação, e assinalou que o consumo de água da torneira é seguro para os adultos.
Ishihara indicou que as autoridades sanitárias de Tóquio estão medindo a qualidade da água da capital de forma constante.
No último sábado (19), o governo japonês havia reconhecido que detectara indícios de iodo radioativo na água de Tóquio e em seus arredores, embora em níveis muito abaixo do limite legal.
EUA
Na terça (22), os Estados Unidos anunciaram a proibição da importação direta de certos alimentos produzidos no Japão em razão da crescente contaminação radioativa após o acidente nuclear no complexo de Fukushima.
A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), que regula todas as importações de alimentos, proibiu a entrada nos EUA de leite e derivados, verduras e frutas frescas das prefeituras japonesas de Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma, que serão submetidos a testes de contaminação radioativa.
A FDA "fará testes com os carregamentos de alimentos da área afetada". "Os técnicos da FDA que operam nos portos de entrada têm sistemas de detecção de radiação disponíveis para sua segurança pessoal".
Anvisa informa que não proibirá importação de alimentos japoneses
A medida ocorre no momento em que o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, proíbe o consumo de leite e verduras procedentes das prefeituras de Fukushima e Ibaraki, devido aos altos índices de radioatividade encontrados após o acidente nuclear no nordeste do Japão.
Kan ordenou aos governadores das duas regiões que proíbam a comercialização do "komatsuna" (vegetal utilizado em saladas) e do brócolis procedente de Fukushima, assim como do leite e da salsa produzidos em Ibaraki, informou a agência Jiji Press.
Onze vegetais
Substâncias radioativas acima do limite legal foram encontradas por autoridades sanitárias em 11 tipos de vegetais da província de Fukushima, incluindo brócolis e repolho, informou o Ministério da Saúde japonês nesta quarta-feira (horário local, noite de terça no Brasil), segundo a agência de notícias Kyodo.
O ministro da Saúde fez um alerta à população para que não consuma dos 11 vegetais produzidos na província, onde usinas nucleares foram afetadas pelo terremoto e tsunami de 11 de março, por tempo indeterminado.
Os produtos produzidos em campos estão sendo distribuídos pela Federação de Cooperativas Associadas de Agricultura.
Segundo o ministro, se uma pessoa comer 100 gramas de um desses vegetais com alta presença de substâncias radioativas por dez dias, vai ingerir o equivaleria ao total de radiação que uma pessoa é normalmente exposta em um ano.
Do G1, com agências internacionais*
A radiação medida na água de uma estação de tratamento de Tóquio supera o limite de saúde para crianças e pode afetar um bebê, informaram nesta quarta-feira (23) autoridades da capital do Japão, que está localizada a cerca de 250 km da usina nuclear de Fukushima, danificada após os desastres naturais que atingiram o país no dia 11 de março.
As autoridades de saúde estão alertando a população para que evite dar água diretamente da torneira para crianças e bebês com menos de 1 ano.
A estação de tratamento de Kanamachi abastece Tóquio e outras cinco cidades periféricas. No complexo foi registrado níveis de iodo radioativo superiores ao limite aconselhável: 210 becquerel por quilo, acima do limite de 100 becquerel por quilo considerado seguro para crianças.
Segundo o Ministério de Educação e Ciência japonês, o limite de iodo na água corrente, no caso dos adultos, é de 300 becquerel por quilo.
Autoridades de saúde dizem que radição detectada na água que abastece Tóquio e outros cinco distritos periféricos é prejudicial a bebês, mas não é nociva aos adultos. A usina de água afeta 23 bairros do centro da capital e os distritos vizinhos de Musashino, Machida, Tama, Mitaka e Inagi.
O prefeito de Tóquio, Shintaro Ishihara, pediu “calma e sensatez” à população da capital japonesa diante da recomendação, e assinalou que o consumo de água da torneira é seguro para os adultos.
Ishihara indicou que as autoridades sanitárias de Tóquio estão medindo a qualidade da água da capital de forma constante.
No último sábado (19), o governo japonês havia reconhecido que detectara indícios de iodo radioativo na água de Tóquio e em seus arredores, embora em níveis muito abaixo do limite legal.
EUA
Na terça (22), os Estados Unidos anunciaram a proibição da importação direta de certos alimentos produzidos no Japão em razão da crescente contaminação radioativa após o acidente nuclear no complexo de Fukushima.
A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), que regula todas as importações de alimentos, proibiu a entrada nos EUA de leite e derivados, verduras e frutas frescas das prefeituras japonesas de Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma, que serão submetidos a testes de contaminação radioativa.
A FDA "fará testes com os carregamentos de alimentos da área afetada". "Os técnicos da FDA que operam nos portos de entrada têm sistemas de detecção de radiação disponíveis para sua segurança pessoal".
Anvisa informa que não proibirá importação de alimentos japoneses
A medida ocorre no momento em que o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, proíbe o consumo de leite e verduras procedentes das prefeituras de Fukushima e Ibaraki, devido aos altos índices de radioatividade encontrados após o acidente nuclear no nordeste do Japão.
Kan ordenou aos governadores das duas regiões que proíbam a comercialização do "komatsuna" (vegetal utilizado em saladas) e do brócolis procedente de Fukushima, assim como do leite e da salsa produzidos em Ibaraki, informou a agência Jiji Press.
Onze vegetais
Substâncias radioativas acima do limite legal foram encontradas por autoridades sanitárias em 11 tipos de vegetais da província de Fukushima, incluindo brócolis e repolho, informou o Ministério da Saúde japonês nesta quarta-feira (horário local, noite de terça no Brasil), segundo a agência de notícias Kyodo.
O ministro da Saúde fez um alerta à população para que não consuma dos 11 vegetais produzidos na província, onde usinas nucleares foram afetadas pelo terremoto e tsunami de 11 de março, por tempo indeterminado.
Os produtos produzidos em campos estão sendo distribuídos pela Federação de Cooperativas Associadas de Agricultura.
Segundo o ministro, se uma pessoa comer 100 gramas de um desses vegetais com alta presença de substâncias radioativas por dez dias, vai ingerir o equivaleria ao total de radiação que uma pessoa é normalmente exposta em um ano.
terça-feira, 22 de março de 2011
Radiação em Fukushima está 1,6 mil vezes acima do normal, diz AIEA
Segundo governo japonês, contaminação no solo a 40 km da usina é 400 vezes maior do que o recomendado
22 de março de 2011 15h 26
estadão.com.br
A Agência Internacional de energia Atômica (AIEA) detectou níveis de radiação 1,6 mil vezes acima do normal em um raio de 20 km do complexo atômico de Fukushima Daiichi, no nordeste do Japão, onde o terremoto do último dia 11 provocou um acidente nuclear. De acordo com a rede de TV NHK, o ministério da Ciência do país mediu uma emissão de raios gama 400 vezes acima do normal no solo a uma distância de 40 km da usina.
A área no raio de 20 km em torno da usina foi completamente isolada. Quem mora até 40 km do complexo foi orientado a não sair de casa. O governo japonês já identificou níveis de contaminação na água, leite e vegetais, embora eles não sejam imediatamente nocivos à saúde humana.
Segundo o professor Keigo Endo, da Universidade de Gunma, a radiação liberada de iodo em uma amostra de 5 cm de solo está acima 430 vezes do nível normal, e a de césio é de 47 vezes maior.
O Ministério da Saúde disse que os moradores de cinco municípios em Fukushima não devem misturar água de torneira com leite infantil em pó, depois que se descobriu que a água contém mais que o nível padrão de iodo radiativo permitido para bebês. As autoridades suspenderam as vendas de leite e alguns vegetais da região.
A Tokyo Eletric Power Company (Tepco) identificou contaminação radioativa também na água do mar, o que não surpreende em vista da chuva e de os reatores estarem sendo regados com água do mar.
Segundo a Tepco, parte da água que foi jogada sobre os reatores está derramando de volta no mar.
O iodo radiativo presente nas amostras de água do mar estava em níveis 126,7 vezes mais altos que o permitido, enquanto o césio estava 24,8 vezes acima, disse a agência de notícias Kyodo. Mesmo assim, de acordo com a Tepco, não há perigo imediato.
"Seria preciso beber essa água um ano inteiro para acumular 1 milisievert", disse um representante da empresa, aludindo à unidade padrão de medição de radiação.
As pessoas normalmente são expostas a entre um e dez milisieverts por ano vindas de radiação de fundo causada por substâncias presentes no ar e no solo. Apesar dos avisos, especialistas dizem que a radiação medida está muito abaixo do que foi visto em Chernobyl após o acidente nuclear de 1986 na Ucrânia.
22 de março de 2011 15h 26
estadão.com.br
A Agência Internacional de energia Atômica (AIEA) detectou níveis de radiação 1,6 mil vezes acima do normal em um raio de 20 km do complexo atômico de Fukushima Daiichi, no nordeste do Japão, onde o terremoto do último dia 11 provocou um acidente nuclear. De acordo com a rede de TV NHK, o ministério da Ciência do país mediu uma emissão de raios gama 400 vezes acima do normal no solo a uma distância de 40 km da usina.
A área no raio de 20 km em torno da usina foi completamente isolada. Quem mora até 40 km do complexo foi orientado a não sair de casa. O governo japonês já identificou níveis de contaminação na água, leite e vegetais, embora eles não sejam imediatamente nocivos à saúde humana.
Segundo o professor Keigo Endo, da Universidade de Gunma, a radiação liberada de iodo em uma amostra de 5 cm de solo está acima 430 vezes do nível normal, e a de césio é de 47 vezes maior.
O Ministério da Saúde disse que os moradores de cinco municípios em Fukushima não devem misturar água de torneira com leite infantil em pó, depois que se descobriu que a água contém mais que o nível padrão de iodo radiativo permitido para bebês. As autoridades suspenderam as vendas de leite e alguns vegetais da região.
A Tokyo Eletric Power Company (Tepco) identificou contaminação radioativa também na água do mar, o que não surpreende em vista da chuva e de os reatores estarem sendo regados com água do mar.
Segundo a Tepco, parte da água que foi jogada sobre os reatores está derramando de volta no mar.
O iodo radiativo presente nas amostras de água do mar estava em níveis 126,7 vezes mais altos que o permitido, enquanto o césio estava 24,8 vezes acima, disse a agência de notícias Kyodo. Mesmo assim, de acordo com a Tepco, não há perigo imediato.
"Seria preciso beber essa água um ano inteiro para acumular 1 milisievert", disse um representante da empresa, aludindo à unidade padrão de medição de radiação.
As pessoas normalmente são expostas a entre um e dez milisieverts por ano vindas de radiação de fundo causada por substâncias presentes no ar e no solo. Apesar dos avisos, especialistas dizem que a radiação medida está muito abaixo do que foi visto em Chernobyl após o acidente nuclear de 1986 na Ucrânia.
França projeta usina nuclear submarina
Usina atômica submarina
O grupo francês DCNS (Direction des Constructions Navales et Services) anunciou que está começando a detalhar o projeto de construção de reatores nucleares submarinos, para fornecer eletricidade para regiões costeiras.
Em comunicado, o estaleiro afirma que o projeto, batizado de FlexBlue. é uma "resposta aos desafios da crescente demanda global de energia e dos renovados interesses na energia nuclear, que reduz a emissão de gases de efeito estufa e ajuda a poupar os combustíveis fósseis".
Os estudos deverão durar dois anos, e só depois disso a empresa decidirá sobre a construção de um protótipo.
Reator submarino
A usina nuclear submarina será uma espécie de submarino estacionário, com 100 metros de comprimento e de 12 a 15 metros de diâmetro.
Ela ficará no leito oceânico, a uma profundidade entre 60 e 100 metros. A água do mar serviria como um gigantesco radiador, um meio de resfriamento ilimitado para a usina. O quanto esse calor impactaria a vida marinha ao redor ainda é uma questão a ser estudada.
Com uma massa de 12.000 toneladas, o FlexBlue terá em seu interior o reator nuclear, semelhante ao usado em submarinos e navios quebra-gelo, um turbo- alternador e todos os sistemas auxiliares de potência.
A energia gerada será levada por meio cabos submarino até o continente. Cada reator FlexBlue poderá gerar de 50 a 250 MW.
Destacando que três quartos da população do mundo vivem a até 80 quilômetros da costa, a DCNS afirma que o reator submarino poderá ficar a uma distância entre cinco e 15 km da costa.
Segurança
Depois de fabricado em um estaleiro, o FlexBlue será levado de navio até o ponto de instalação. Acionado por motores próprios, ele será guiado por controle remoto até seu ponto definitivo de instalação. Recentemente a Rússia apresentou o projeto de uma usina nuclear flutuante.
Mas a DCNS afirma que uma usina submarina é mais segura, por não estar sujeita a terremotos, tsunamis ou enchentes e por ser menos vulnerável a "ataques voluntários". No caso de defeitos, a usina-submarino vai até a superfície, onde é recolhida por um navio e levada ao estaleiro para conserto.
O grupo francês DCNS (Direction des Constructions Navales et Services) anunciou que está começando a detalhar o projeto de construção de reatores nucleares submarinos, para fornecer eletricidade para regiões costeiras.
Em comunicado, o estaleiro afirma que o projeto, batizado de FlexBlue. é uma "resposta aos desafios da crescente demanda global de energia e dos renovados interesses na energia nuclear, que reduz a emissão de gases de efeito estufa e ajuda a poupar os combustíveis fósseis".
Os estudos deverão durar dois anos, e só depois disso a empresa decidirá sobre a construção de um protótipo.
Reator submarino
A usina nuclear submarina será uma espécie de submarino estacionário, com 100 metros de comprimento e de 12 a 15 metros de diâmetro.
Ela ficará no leito oceânico, a uma profundidade entre 60 e 100 metros. A água do mar serviria como um gigantesco radiador, um meio de resfriamento ilimitado para a usina. O quanto esse calor impactaria a vida marinha ao redor ainda é uma questão a ser estudada.
Com uma massa de 12.000 toneladas, o FlexBlue terá em seu interior o reator nuclear, semelhante ao usado em submarinos e navios quebra-gelo, um turbo- alternador e todos os sistemas auxiliares de potência.
A energia gerada será levada por meio cabos submarino até o continente. Cada reator FlexBlue poderá gerar de 50 a 250 MW.
Destacando que três quartos da população do mundo vivem a até 80 quilômetros da costa, a DCNS afirma que o reator submarino poderá ficar a uma distância entre cinco e 15 km da costa.
Segurança
Depois de fabricado em um estaleiro, o FlexBlue será levado de navio até o ponto de instalação. Acionado por motores próprios, ele será guiado por controle remoto até seu ponto definitivo de instalação. Recentemente a Rússia apresentou o projeto de uma usina nuclear flutuante.
Mas a DCNS afirma que uma usina submarina é mais segura, por não estar sujeita a terremotos, tsunamis ou enchentes e por ser menos vulnerável a "ataques voluntários". No caso de defeitos, a usina-submarino vai até a superfície, onde é recolhida por um navio e levada ao estaleiro para conserto.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Baterias nucleares miniaturizadas superam baterias de lítio
Do Site Inovação Tecnológica - 13/10/2009
Reator nuclear miniaturizado vira bateria atômica, com seis vezes mais capacidade do que as baterias de lítio. Enquanto os especialistas em energia tentam convencer os políticos - e o público - de que as usinas nucleares são seguras e representam a melhor opção para atender às futuras demandas mundiais de energia, o professor Jae Kwon, da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, é bem mais confiante.
Kwon está desenvolvendo baterias nucleares, pequenos dispositivos que, segundo o pesquisador, serão menores, mais leves e mais eficientes do que as baterias recarregáveis de lítio.
Densidade nuclear
As baterias não são apenas elementos essenciais para a imensa maioria dos equipamentos eletrônicos atuais. Elas também são vistas como a saída para a viabilização de novas tecnologias de energia limpa, como a energia eólica e a energia solar, armazenando a energia para uso à noite e nos períodos de pouco vento.
É por isto que pesquisadores do mundo todo estão trabalhando para construir novas baterias, menores e com maior capacidade.
Nos equipamentos móveis, as limitações das baterias ficam claras quando elas se tornam maiores e mais pesadas dos que os próprios aparelhos que devem alimentar. É o caso dos sensores projetados para monitorar o meio ambiente e as grandes obras de construção civil, onde a coleta de dados deve ser feita continuamente por vários anos. Nestas situações, a troca constante das baterias é totalmente inviável.
"Para fornecer energia suficiente, nós precisamos de técnicas com maior densidade de energia," diz Kwon. "A bateria de radioisótopos pode oferecer uma densidade de energia seis vezes maior do que as baterias químicas."
Nuclear e segura
O protótipo da bateria nuclear, construído pela equipe do professor Kwon, tem o tamanho de uma moeda. Mas se você não gostaria de andar com uma moeda dessas no bolso, o pesquisador afirma que, embora possam levantar preocupações, as baterias nucleares são seguras.
"As pessoas ouvem a palavra nuclear e pensam em algo muito perigoso," diz ele. "Entretanto, as fontes de energia nucleares já vêm abastecendo com segurança vários dispositivos, como satélites espaciais e submarinos."
Semicondutor líquido
A inovação agora não está apenas na miniaturização desse pequeno gerador nuclear, mas também em seu semicondutor. A bateria nuclear portátil usa um semicondutor líquido, quando o normal das fontes nucleares é utilizar semicondutores sólidos.
"A parte crítica de usar uma bateria radioativa é que, quando você gera a energia, uma parte da radiação pode destruir a rede atômica do semicondutor sólido. Usando um semicondutor líquido, nós acreditamos que poderemos minimizar esse problema," explica Kwon.
Bateria nuclear miniaturizada
A bateria nuclear ainda está em fase de desenvolvimento e, mesmo tendo o tamanho comparável ao de uma bateria de lítio do tipo botão, ela ainda é enorme perto das dimensões que os pesquisadores esperam alcançar.
Quando totalmente desenvolvidas, já próximo da etapa de comercialização, as baterias nucleares poderão ser tão finas quanto um fio de cabelo humano. O Dr. Kwon afirma que ainda serão necessários alguns anos de trabalho e aprimoramento para que esse objetivo seja atingido.
Reator nuclear miniaturizado vira bateria atômica, com seis vezes mais capacidade do que as baterias de lítio. Enquanto os especialistas em energia tentam convencer os políticos - e o público - de que as usinas nucleares são seguras e representam a melhor opção para atender às futuras demandas mundiais de energia, o professor Jae Kwon, da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, é bem mais confiante.
Kwon está desenvolvendo baterias nucleares, pequenos dispositivos que, segundo o pesquisador, serão menores, mais leves e mais eficientes do que as baterias recarregáveis de lítio.
Densidade nuclear
As baterias não são apenas elementos essenciais para a imensa maioria dos equipamentos eletrônicos atuais. Elas também são vistas como a saída para a viabilização de novas tecnologias de energia limpa, como a energia eólica e a energia solar, armazenando a energia para uso à noite e nos períodos de pouco vento.
É por isto que pesquisadores do mundo todo estão trabalhando para construir novas baterias, menores e com maior capacidade.
Nos equipamentos móveis, as limitações das baterias ficam claras quando elas se tornam maiores e mais pesadas dos que os próprios aparelhos que devem alimentar. É o caso dos sensores projetados para monitorar o meio ambiente e as grandes obras de construção civil, onde a coleta de dados deve ser feita continuamente por vários anos. Nestas situações, a troca constante das baterias é totalmente inviável.
"Para fornecer energia suficiente, nós precisamos de técnicas com maior densidade de energia," diz Kwon. "A bateria de radioisótopos pode oferecer uma densidade de energia seis vezes maior do que as baterias químicas."
Nuclear e segura
O protótipo da bateria nuclear, construído pela equipe do professor Kwon, tem o tamanho de uma moeda. Mas se você não gostaria de andar com uma moeda dessas no bolso, o pesquisador afirma que, embora possam levantar preocupações, as baterias nucleares são seguras.
"As pessoas ouvem a palavra nuclear e pensam em algo muito perigoso," diz ele. "Entretanto, as fontes de energia nucleares já vêm abastecendo com segurança vários dispositivos, como satélites espaciais e submarinos."
Semicondutor líquido
A inovação agora não está apenas na miniaturização desse pequeno gerador nuclear, mas também em seu semicondutor. A bateria nuclear portátil usa um semicondutor líquido, quando o normal das fontes nucleares é utilizar semicondutores sólidos.
"A parte crítica de usar uma bateria radioativa é que, quando você gera a energia, uma parte da radiação pode destruir a rede atômica do semicondutor sólido. Usando um semicondutor líquido, nós acreditamos que poderemos minimizar esse problema," explica Kwon.
Bateria nuclear miniaturizada
A bateria nuclear ainda está em fase de desenvolvimento e, mesmo tendo o tamanho comparável ao de uma bateria de lítio do tipo botão, ela ainda é enorme perto das dimensões que os pesquisadores esperam alcançar.
Quando totalmente desenvolvidas, já próximo da etapa de comercialização, as baterias nucleares poderão ser tão finas quanto um fio de cabelo humano. O Dr. Kwon afirma que ainda serão necessários alguns anos de trabalho e aprimoramento para que esse objetivo seja atingido.
Para entender o acidente nuclear do Japão
Meus caros, não tive tempo. Mas o BLOG vai publicar o endereço eletrônico de vários sitios que acompanham a questão nuclear, em diversas perspectivas. Por favor, aguardem, sem "stress".
International Atomic Energy Agency
World Health Organization
Japan Nuclear and Industrial Safety Agency (national nuclear regulatory authority)
Japan Atomic Industrial Forum (national nuclear industry forum)
Tokyo Electric Power Company (operator of the Fukushima nuclear power plant)
Information on levels of radioactivity (from the Ministry of Education, Culture, Sports, Science and Technology of Japan)
Location of nuclear power plants in Japan
Basic design information for boiling water reactors (BWRs)
International Atomic Energy Agency
World Health Organization
Japan Nuclear and Industrial Safety Agency (national nuclear regulatory authority)
Japan Atomic Industrial Forum (national nuclear industry forum)
Tokyo Electric Power Company (operator of the Fukushima nuclear power plant)
Information on levels of radioactivity (from the Ministry of Education, Culture, Sports, Science and Technology of Japan)
Location of nuclear power plants in Japan
Basic design information for boiling water reactors (BWRs)
Paris: contaminação radioativa durará "dezenas de anos" no Japão
A Autoridade da Segurança Nuclear francesa (ASN) informou nesta segunda-feira que as emissões radioativas da usina nuclear de Fukushima continuam e que o Japão deverá conter seus efeitos durante "dezenas de anos".
O presidente da ASN, André-Claude Lacoste, declarou em entrevista coletiva que essas emissões procedem por uma parte das "descompressões voluntárias" dirigidas a reduzir a pressão nos reatores danificados e a "fugas" de origem desconhecida.
"Os depósitos de partículas radioativas na terra serão grandes ao redor da usina", assegurou o presidente, segundo o qual as autoridades japonesas ainda não estabeleceram um mapa da amplitude desses depósitos.
Para o representante da ASN, não é "ilusório" pensar que a contaminação ultrapasse a área de evacuação de 20 km ao redor da central estabelecida pelo Governo japonês, e alcance um raio de "uma centena de quilômetros".
"A importância e a localização das zonas afetadas pela contaminação ainda não são conhecidas", acrescentou ASN em comunicado, segundo o qual "seja qual for a evolução da situação, o Japão terá que fazer frente, a longo prazo, às consequências da radioatividade dessas expulsões".
A Agência de Segurança Nuclear do Japão informou nesta sexta-feira que se avistou fumaça também no reator 2 da usina de Fukushima, depois que se detectasse no reator 3 uma coluna de fumaça que já parou, enquanto que a instituição francesa acrescentou que "a manutenção do nível mínimo de água nos reservatórios" continua sendo uma prioridade.
Terremoto e tsunami devastam Japão
Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.
Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 8,6 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.
O presidente da ASN, André-Claude Lacoste, declarou em entrevista coletiva que essas emissões procedem por uma parte das "descompressões voluntárias" dirigidas a reduzir a pressão nos reatores danificados e a "fugas" de origem desconhecida.
"Os depósitos de partículas radioativas na terra serão grandes ao redor da usina", assegurou o presidente, segundo o qual as autoridades japonesas ainda não estabeleceram um mapa da amplitude desses depósitos.
Para o representante da ASN, não é "ilusório" pensar que a contaminação ultrapasse a área de evacuação de 20 km ao redor da central estabelecida pelo Governo japonês, e alcance um raio de "uma centena de quilômetros".
"A importância e a localização das zonas afetadas pela contaminação ainda não são conhecidas", acrescentou ASN em comunicado, segundo o qual "seja qual for a evolução da situação, o Japão terá que fazer frente, a longo prazo, às consequências da radioatividade dessas expulsões".
A Agência de Segurança Nuclear do Japão informou nesta sexta-feira que se avistou fumaça também no reator 2 da usina de Fukushima, depois que se detectasse no reator 3 uma coluna de fumaça que já parou, enquanto que a instituição francesa acrescentou que "a manutenção do nível mínimo de água nos reservatórios" continua sendo uma prioridade.
Terremoto e tsunami devastam Japão
Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.
Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 8,6 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.
Japão proíbe venda de leite e verduras de quatro províncias
Do UOL Notícias*
Japão proibiu a venda de leite e de dois tipos de verduras produzidos em quatro províncias próximas da central nuclear de Fukushima, nordeste do país, em consequência da radioatividade acima do normal.
A suspensão afeta o espinafre e a 'kakina', uma verdura japonesa, produzidos em Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma, assim como leite de Fukushima, anunciou o porta-voz do governo, Yukio Edano.
"Foram detectados níveis de radioatividade anormais em amostras de leite, espinafre e kakina", afirmou Edano.
"Mas os níveis não são perigosos para a saúde humana", completou o porta-voz do governo.
O período de tempo em que a proibição ficará em vigor dependerá do controle dos níveis de radiação: "Primeiro teremos que solucionar a situação na usina nuclear", disse.
O porta-voz do governo reiterou que o nível de contaminação detectado até agora em leite e espinafre não representa um risco imediato para a saúde, exceto se os alimentos forem consumidos por um período prolongado de tempo, e destacou que a proibição de sua venda é "uma medida de precaução".
Áreas próximas da usina de Fukushima
O governo japonês pediu aos moradores de um raio de 20 a 30 quilômetros próximo da usina de Fukushima que permaneçam em casa e com as janelas fechadas. A medida serve como forma de proteção contra a radiação da usina nuclear de Fukushima, após acidente com os reatores. Edano também disse que o Ministério de Agricultura aplicará medidas para evitar que os preços desses produtos disparem e serão estudadas compensações para os agricultores afetados.
As indenizações "dependerão do quanto durar a restrição de venda. Dado que a medida se deve ao acidente (em Fukushima), assumimos que a Tepco será a principal responsável", assinalou.
Fukushima
O governo japonês assegurou nesta segunda-feira (21) que a radiação em torno do reator 3 da central de Fukushima não aumentou, apesar da fumaça detectada nessa unidade.
Edano explicou que está sendo investigada a origem da fumaça acinzentada vista às 15h55 do horário local (3h55 de Brasília) na unidade 3 e insistiu que as medições não mostram um aumento significativo da radiação desde essa hora.
Anteriormente, um porta-voz da empresa Tepco, operadora da central, havia assinalado que também não há mudanças na pressão do reator, embora por segurança tenha sido determinada a retirada dos trabalhadores nessa área da usina, enquanto se investiga a situação.
A fumaça sai do local onde se encontra a piscina de combustível nuclear, mas não se sabe se provém do interior, segundo a Tepco, que acrescentou que não foi registrada nenhuma explosão e descartou um curto-circuito como causa.
*Com agências internacionais
Japão proibiu a venda de leite e de dois tipos de verduras produzidos em quatro províncias próximas da central nuclear de Fukushima, nordeste do país, em consequência da radioatividade acima do normal.
A suspensão afeta o espinafre e a 'kakina', uma verdura japonesa, produzidos em Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma, assim como leite de Fukushima, anunciou o porta-voz do governo, Yukio Edano.
"Foram detectados níveis de radioatividade anormais em amostras de leite, espinafre e kakina", afirmou Edano.
"Mas os níveis não são perigosos para a saúde humana", completou o porta-voz do governo.
O período de tempo em que a proibição ficará em vigor dependerá do controle dos níveis de radiação: "Primeiro teremos que solucionar a situação na usina nuclear", disse.
O porta-voz do governo reiterou que o nível de contaminação detectado até agora em leite e espinafre não representa um risco imediato para a saúde, exceto se os alimentos forem consumidos por um período prolongado de tempo, e destacou que a proibição de sua venda é "uma medida de precaução".
Áreas próximas da usina de Fukushima
O governo japonês pediu aos moradores de um raio de 20 a 30 quilômetros próximo da usina de Fukushima que permaneçam em casa e com as janelas fechadas. A medida serve como forma de proteção contra a radiação da usina nuclear de Fukushima, após acidente com os reatores. Edano também disse que o Ministério de Agricultura aplicará medidas para evitar que os preços desses produtos disparem e serão estudadas compensações para os agricultores afetados.
As indenizações "dependerão do quanto durar a restrição de venda. Dado que a medida se deve ao acidente (em Fukushima), assumimos que a Tepco será a principal responsável", assinalou.
Fukushima
O governo japonês assegurou nesta segunda-feira (21) que a radiação em torno do reator 3 da central de Fukushima não aumentou, apesar da fumaça detectada nessa unidade.
Edano explicou que está sendo investigada a origem da fumaça acinzentada vista às 15h55 do horário local (3h55 de Brasília) na unidade 3 e insistiu que as medições não mostram um aumento significativo da radiação desde essa hora.
Anteriormente, um porta-voz da empresa Tepco, operadora da central, havia assinalado que também não há mudanças na pressão do reator, embora por segurança tenha sido determinada a retirada dos trabalhadores nessa área da usina, enquanto se investiga a situação.
A fumaça sai do local onde se encontra a piscina de combustível nuclear, mas não se sabe se provém do interior, segundo a Tepco, que acrescentou que não foi registrada nenhuma explosão e descartou um curto-circuito como causa.
*Com agências internacionais
domingo, 20 de março de 2011
Japão decide aposentar usina nuclear de Fukushima
Osaka (Japão), 20 mar (EFE).-
O Japão irá desativar o complexo nuclear de Fukushima Daiichi devido ao acidente que afetou as instalações da usina após o terremoto seguido de tsunami do último dia 11, informou neste domingo o porta-voz do Governo japonês, Yukio Edano.
Ele afirmou em sua entrevista diária sobre a crise nuclear que, "observando a situação objetivamente, está claro" que as instalações atômicas de Fukushima não serão novamente utilizadas.
Fukushima Daiichi, no leste do Japão, cerca de 250 quilômetros ao norte de Tóquio, seria fechada logo após as autoridades terem controlado a fuga de material radioativo e a alta temperatura que desestabiliza os núcleos dos reatores.
Esta é a primeira vez que o Governo fala publicamente sobre o futuro da usina, em torno da qual se estabeleceu um perímetro de segurança mínimo de 20 quilômetros.
A central segue sofrendo problemas na maioria de seus seis reatores, mas as unidades 5 e 6 já têm acesso à eletricidade para ativar os sistemas de refrigeração e o reator 2 foi conectado neste domingo à corrente elétrica à espera que possa ser resfriado com suas bombas d'água.
Isto garante certa tranquilidade na usina de Fukushima Daiichi, mas o reator 3 preocupa os especialistas da Tepco - companhia operadora da central -, já que a pressão na parte de contenção do núcleo poderia continuar aumentando.
Por enquanto, a Tepco considera que a pressão se estabilizou e que será liberada pressão para a piscina de supressão na base do reator.
O Japão irá desativar o complexo nuclear de Fukushima Daiichi devido ao acidente que afetou as instalações da usina após o terremoto seguido de tsunami do último dia 11, informou neste domingo o porta-voz do Governo japonês, Yukio Edano.
Ele afirmou em sua entrevista diária sobre a crise nuclear que, "observando a situação objetivamente, está claro" que as instalações atômicas de Fukushima não serão novamente utilizadas.
Fukushima Daiichi, no leste do Japão, cerca de 250 quilômetros ao norte de Tóquio, seria fechada logo após as autoridades terem controlado a fuga de material radioativo e a alta temperatura que desestabiliza os núcleos dos reatores.
Esta é a primeira vez que o Governo fala publicamente sobre o futuro da usina, em torno da qual se estabeleceu um perímetro de segurança mínimo de 20 quilômetros.
A central segue sofrendo problemas na maioria de seus seis reatores, mas as unidades 5 e 6 já têm acesso à eletricidade para ativar os sistemas de refrigeração e o reator 2 foi conectado neste domingo à corrente elétrica à espera que possa ser resfriado com suas bombas d'água.
Isto garante certa tranquilidade na usina de Fukushima Daiichi, mas o reator 3 preocupa os especialistas da Tepco - companhia operadora da central -, já que a pressão na parte de contenção do núcleo poderia continuar aumentando.
Por enquanto, a Tepco considera que a pressão se estabilizou e que será liberada pressão para a piscina de supressão na base do reator.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Chefe da AIEA confirma danos em núcleos de três reatores no Japão
Medida mostra preocupação da AIEA com a situação das usinas japonesas
16 de março de 2011
Reuters
VIENA - O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), Yukiya Amano, confirmou nesta quarta-feira, 15, que três reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi, na província japonesa de Fukushima (noroeste do país), foram danificados pelas consecutivas explosões após o terremoto que atingiu o país na sexta-feira.
"A situação na usina de Fukushima Daiichi é muito séria. Danos nos núcleos de três unidades, os reatores número 1, número 2 e número 3, foram confirmados. Mas não houve mudanças significativas desde ontem (terça-feira). Os núcleos permanecem cobertos", disse Amano em uma coletiva. "Não sabemos a situação exata nos recipientes dos reatores, mas a pressão de dentro se mantém acima da pressão atmosférica. Isso sugere que eles permanecem praticamente intactos."
Amano anunciou que embarcará na quinta-feira, 17, para o Japão a fim de buscar informações de primeira mão sobre a situação em Fukushima. A medida indica a crescente preocupação da AIEA, encarregada de promover a utilização segura da energia nuclear, sobre a falta de informações rápidas e detalhadas do Japão a respeito da crise em curso.
"É diferente receber dados por e-mail de Tóquio ou sentar com eles e trocar pontos de vista", afirmou Amano, que é japonês, em entrevista coletiva. "Nós sempre precisamos melhorar o fluxo de informação", afirmou, acrescentando que espera reunir altos funcionários japoneses, mas que não está decidido se ele irá à usina, danificada durante o terremoto de sexta-feira no país.
Apesar da sua crescente preocupação, Amano disse que não é o momento de dizer se a situação está fora do controle, conforme sugeriu um alto funcionário europeu em declarações que derrubaram as bolsas. "Não é o momento de dizer que as coisas estão fora de controle", afirmou Amano. "Os operadores estão fazendo o máximo para restabelecer a segurança do reator."
O veterano diplomata falou num dia em que os técnicos japoneses chegaram a deixar a usina devido aos níveis elevados de radiação, e um helicóptero foi impedido de se aproximar para jogar água num dos reatores avariados. Mais cedo na quarta-feira, outro incêndio havia atingido a usina, que nas últimas 24 horas tem mandado níveis baixos de radiação na direção de Tóquio, causando medo na capital e alerta na comunidade internacional. "É uma situação muito séria", afirmou Amano.
Situação no Japão
Segundo o chefe da AIEA, mesmo após a constatação dos danos, o quadro na usina não mudou muito desde o primeiro vazamento de material radiativo. Em outro sinal potencialmente ameaçador, ele sugeriu que a água estava a um nível que deixou exposto até dois metros dos núcleos que sustentam as barras de combustível atômico, mas a pressão no interior sugere que os vasos do reator estão intactos.
A empresa Tokyo Electric Power, operadora da usina, disse que o reator número 3 - o de Fukushima que usa plutônio como combustível - é a sua "prioridade." O plutônio, quando absorvido pelo organismo humano, pode passar anos na medula óssea e no fígado, e causar câncer.
A AIEA, que tem mandato para compartilhar informações com os Estados membros quando há uma emergência nuclear, também enfrentou críticas na mídia e em comentários postados em sua página do Facebook por causa do fornecimento escasso e desatualizado de informações. A agência diz que só pode fornecer as informações que recebe e verifica.
16 de março de 2011
Reuters
VIENA - O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), Yukiya Amano, confirmou nesta quarta-feira, 15, que três reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi, na província japonesa de Fukushima (noroeste do país), foram danificados pelas consecutivas explosões após o terremoto que atingiu o país na sexta-feira.
"A situação na usina de Fukushima Daiichi é muito séria. Danos nos núcleos de três unidades, os reatores número 1, número 2 e número 3, foram confirmados. Mas não houve mudanças significativas desde ontem (terça-feira). Os núcleos permanecem cobertos", disse Amano em uma coletiva. "Não sabemos a situação exata nos recipientes dos reatores, mas a pressão de dentro se mantém acima da pressão atmosférica. Isso sugere que eles permanecem praticamente intactos."
Amano anunciou que embarcará na quinta-feira, 17, para o Japão a fim de buscar informações de primeira mão sobre a situação em Fukushima. A medida indica a crescente preocupação da AIEA, encarregada de promover a utilização segura da energia nuclear, sobre a falta de informações rápidas e detalhadas do Japão a respeito da crise em curso.
"É diferente receber dados por e-mail de Tóquio ou sentar com eles e trocar pontos de vista", afirmou Amano, que é japonês, em entrevista coletiva. "Nós sempre precisamos melhorar o fluxo de informação", afirmou, acrescentando que espera reunir altos funcionários japoneses, mas que não está decidido se ele irá à usina, danificada durante o terremoto de sexta-feira no país.
Apesar da sua crescente preocupação, Amano disse que não é o momento de dizer se a situação está fora do controle, conforme sugeriu um alto funcionário europeu em declarações que derrubaram as bolsas. "Não é o momento de dizer que as coisas estão fora de controle", afirmou Amano. "Os operadores estão fazendo o máximo para restabelecer a segurança do reator."
O veterano diplomata falou num dia em que os técnicos japoneses chegaram a deixar a usina devido aos níveis elevados de radiação, e um helicóptero foi impedido de se aproximar para jogar água num dos reatores avariados. Mais cedo na quarta-feira, outro incêndio havia atingido a usina, que nas últimas 24 horas tem mandado níveis baixos de radiação na direção de Tóquio, causando medo na capital e alerta na comunidade internacional. "É uma situação muito séria", afirmou Amano.
Situação no Japão
Segundo o chefe da AIEA, mesmo após a constatação dos danos, o quadro na usina não mudou muito desde o primeiro vazamento de material radiativo. Em outro sinal potencialmente ameaçador, ele sugeriu que a água estava a um nível que deixou exposto até dois metros dos núcleos que sustentam as barras de combustível atômico, mas a pressão no interior sugere que os vasos do reator estão intactos.
A empresa Tokyo Electric Power, operadora da usina, disse que o reator número 3 - o de Fukushima que usa plutônio como combustível - é a sua "prioridade." O plutônio, quando absorvido pelo organismo humano, pode passar anos na medula óssea e no fígado, e causar câncer.
A AIEA, que tem mandato para compartilhar informações com os Estados membros quando há uma emergência nuclear, também enfrentou críticas na mídia e em comentários postados em sua página do Facebook por causa do fornecimento escasso e desatualizado de informações. A agência diz que só pode fornecer as informações que recebe e verifica.
Trabalhadores de usina em "missão suicida" se tornam heróis nacionais no Japão
Do UOL Notícias
Os trabalhadores responsáveis pela refrigeração de quatro dos seis reatores da usina nuclear de Fukushima já estão sendo tratados como heróis pela população japonesa. Os profissionais arriscam suas vidas para reduzir a temperatura dos reatores que foram bastante danificados pelo terremoto e tsunami da última sexta-feira (11).
As equipes de emergência dizem que “não têm medo de morrer”, enquanto encaram níveis de radiação perigosíssimos à saúde.
As explosões e incêndios registrados na central nuclear fizeram aumentar os níveis de radiação do local, obrigando a companhia Tokyo Electric Power Co (TEPCO), responsável por operar o reator, a retirar a maior parte dos empregados.
Todos os empregados foram obrigados a deixar a usina nuclear nesta quarta, depois do aumento dos níveis de radiação. No entanto, pouco tempo depois, os 180 trabalhadores, que se dividem em turno de 50 homens, regressaram à planta, em meio aos temores de uma possível contaminação radioativa. Eles vestem roupas especiais, máscaras e usam tanques de oxigênio.
“As pessoas que trabalham na usina estão lutando sem fugir”, disse Michiko Otsuki, um funcionário da central nuclear de Fukushima 2, na rede social japonesa Mixi. “Agora, apenas posso rezar pela segurança de todos. Por favor, não se esqueçam que há pessoas trabalhando e arriscando suas vidas para proteger as nossas”, completou.
O primeiro-ministro japonês Naoto Kan elogiou os esforços e a coragem dos trabalhadores da usina nuclear. “Eles estão se esforçando ao máximo, sem pensar duas vezes no perigo”, afirmou.
Muitos especialistas consideram a missão desses trabalhadores como suicida. “Estamos chegando a um ponto onde não terá mais retorno. A situação não para de piorar. As equipes de emergência estão em uma missão suicida e, provavelmente, teremos de abandonar o navio com os tripulantes dentro”, disse a médica Michio Kaku à rede de TV americana ABC.
O diretor de pesquisa radiológica de Columbia, David Brenner, assinalou que dado os níveis de radiação detectados nas instalações, os trabalhadores se acham sob um "risco significativo".
"Em muitos sentidos, eles já são heróis, pois vão sofrer uma alta exposição à radiação", explicou Brenner à BBC.
O jornal Yomiuri Shimbun informou na terça-feira que o ministério da Defesa do Japão criticou a agência de segurança nuclear e TEPCO depois que alguns de seus soldados ficaram feridos, provavelmente devido à exposição à radiação. As forças de segurança se deslocaram para o reator 3 quando aconteceu uma explosão na estrutura de contenção.
"Disseram que era seguro e nós acreditamos, por isso trabalhamos lá", explicou o ministério da Defesa. "Conhecemos a proteção sobre radiação, mas não somos especialistas na estrutura de reatores. Quando nos comunicaram que estava a salvo, também acreditamos, embora sentíssemos que não era algo fácil", acrescentou.
*Com informações da AFP
Os trabalhadores responsáveis pela refrigeração de quatro dos seis reatores da usina nuclear de Fukushima já estão sendo tratados como heróis pela população japonesa. Os profissionais arriscam suas vidas para reduzir a temperatura dos reatores que foram bastante danificados pelo terremoto e tsunami da última sexta-feira (11).
As equipes de emergência dizem que “não têm medo de morrer”, enquanto encaram níveis de radiação perigosíssimos à saúde.
As explosões e incêndios registrados na central nuclear fizeram aumentar os níveis de radiação do local, obrigando a companhia Tokyo Electric Power Co (TEPCO), responsável por operar o reator, a retirar a maior parte dos empregados.
Todos os empregados foram obrigados a deixar a usina nuclear nesta quarta, depois do aumento dos níveis de radiação. No entanto, pouco tempo depois, os 180 trabalhadores, que se dividem em turno de 50 homens, regressaram à planta, em meio aos temores de uma possível contaminação radioativa. Eles vestem roupas especiais, máscaras e usam tanques de oxigênio.
“As pessoas que trabalham na usina estão lutando sem fugir”, disse Michiko Otsuki, um funcionário da central nuclear de Fukushima 2, na rede social japonesa Mixi. “Agora, apenas posso rezar pela segurança de todos. Por favor, não se esqueçam que há pessoas trabalhando e arriscando suas vidas para proteger as nossas”, completou.
O primeiro-ministro japonês Naoto Kan elogiou os esforços e a coragem dos trabalhadores da usina nuclear. “Eles estão se esforçando ao máximo, sem pensar duas vezes no perigo”, afirmou.
Muitos especialistas consideram a missão desses trabalhadores como suicida. “Estamos chegando a um ponto onde não terá mais retorno. A situação não para de piorar. As equipes de emergência estão em uma missão suicida e, provavelmente, teremos de abandonar o navio com os tripulantes dentro”, disse a médica Michio Kaku à rede de TV americana ABC.
O diretor de pesquisa radiológica de Columbia, David Brenner, assinalou que dado os níveis de radiação detectados nas instalações, os trabalhadores se acham sob um "risco significativo".
"Em muitos sentidos, eles já são heróis, pois vão sofrer uma alta exposição à radiação", explicou Brenner à BBC.
O jornal Yomiuri Shimbun informou na terça-feira que o ministério da Defesa do Japão criticou a agência de segurança nuclear e TEPCO depois que alguns de seus soldados ficaram feridos, provavelmente devido à exposição à radiação. As forças de segurança se deslocaram para o reator 3 quando aconteceu uma explosão na estrutura de contenção.
"Disseram que era seguro e nós acreditamos, por isso trabalhamos lá", explicou o ministério da Defesa. "Conhecemos a proteção sobre radiação, mas não somos especialistas na estrutura de reatores. Quando nos comunicaram que estava a salvo, também acreditamos, embora sentíssemos que não era algo fácil", acrescentou.
*Com informações da AFP
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