quarta-feira, 23 de março de 2011

Para refletir

Colegas

Sobre acidentes com centrais nucleares o que eu gostaria de assinalar é que não existe máquina infalível nem obra de engenharia 100% segura.
Haja vista os inúmeros acidentes de avião, automóvel, trem.... e de usinas nucleares – que acontecem pelo mundo afora. Embora a indústria nuclear faça de tudo para minimizar a gravidade e o número de acintes em usinas, a AIEA já recebeu cerca de 800 notificações de acidentes significativos. Veja o primeiro texto abaixo, onde estão citados os seguintes acidentes: Three Mile Island; Tchernobyl; Forsmark; Tokaimura; Bohunice e Mayak.


Note que os acidentes nucleares têm dimensões que os outros não têm. Eles se propagam pelo espaço – continentes inteiros – e pelo tempo – décadas, senão séculos. Um grave desastre de avião, por exemplo, atinge diretamente, no máximo, uns 500 passageiros e, indiretamente, os familiares que ficaram. No entanto, por mais traumático que seja para essas famílias, esse tipo de acidente termina no local e no instante em que acontece.

Enquanto isso, um acidente em central nuclear apenas começa no instante e no local em que ocorre, atingido diretamente somente os funcionários e operadores que se encontram na usina.

Só que alguns dias depois são dezenas ou centenas de pessoas em regiões inteiras, que vão sofrer males induzidos por exposição a radiações ionizantes acima do normal.

E alguns anos depois serão crianças que nascerão com problemas físicos e mentais, decorrentes de aberrações cromossômicas provocadas pela absorção, por seus genitores, de doses de radiação acima do natural, como está acontecendo em conseqüência de Chernobyl, com a população que restou em vastas regiões da Ucrânia e da Bielorússia.

Espero que o Brasil – que não precisa de usinas nucleares – vença a tendência de imitar o que os países industrializados fazem – e não ceda ao poderoso lobby dos fabricantes de usinas nucleares.

Joaquim Francisco do Carvalho

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