terça-feira, 15 de março de 2011

Nova explosão e vazamento de radiação na atmosfera

15 de março de 2011 5h 29

Efe

VIENA - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta terça-feira, 15, que houve uma explosão no reator 2 da usina nuclear Fukushima Daichi e que foi liberada radiação à atmosfera devido a um incêndio em um depósito de combustível no reator 4.


Em comunicado, a AIEA detalha que obteve a informação das autoridades japonesas, e que a explosão no reator 2 ocorreu por volta das 6h20 da hora local (18h20 de segunda-feira pelo horário de Brasília). Segundo o governo japonês, a explosão danificou a piscina de condensação da câmara de confinamento, que serve para resfriar o núcleo.

Além disso, há fogo no depósito de armazenamento de combustível usado do reator 4, na mesma usina atômica, seriamente danificada pelo terremoto e o posterior tsunami de sexta-feira, e está escapando radioatividade diretamente para a atmosfera. No local, foi registrado nível de radioatividade de até 400 microsievert por hora.

"As autoridades japonesas estão dizendo que há a possibilidade de o fogo ter sido causado por uma explosão de hidrogênio", acrescenta a nota.

Os núcleos dos reatores do complexo correm o risco de derreter, o que poderia causar a liberação de material radioativo na atmosfera. O governo já pediu ajuda aos EUA e à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para evitar uma catástrofe.

Ontem, o Secretário-Geral do Gabinete japonês, Yukio Edano, disse que "é muito provável" que as barras de combustível nuclear estejam derretendo dentro dos três reatores do complexo de Fukushima, mas que é impossível no momento checar esta possibilidade diretamente. Os reatores precisam ser resfriados para que não haja a fusão do núcleo.

Hidehiko Nishiyama, responsável pela segurança nuclear dentro do Ministério da Economia falou nesta terça que a água dentro do depósito de resíduos de combustível nuclear de um dos reatores da usina de Fukushima pode estar em ebulição. "Não podemos negar esta possibilidade", disse.

A japonesa Tokyo Electric Power Co (Tepco), empresa gestora do complexo, disse que retirou 750 trabalhadoras de sua usina nuclear de Fukushima nesta terça, deixando 50 no local para lidar com problemas nos reatores após o forte terremoto que atingiu o Japão.

Outras duas usinas apresentaram problemas - em Onagawa e Tokai, ao norte e ao sul de Fukushima respectivamente -, mas nenhuma apresenta riscos. Todos os complexos estão na região noroeste do Japão, região mais afetada pelo tremor.

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